Na América Latina, jornalistas ambientais querem melhorar suas habilidades de reportagens com o uso de técnicas multimídia em suas matérias. Para responder a essa necessidade, o Centro de Periodismo Digital no México desenvolveu um curso sobre ferramentas digitais em desenvolvimento sustentável, cujo objetivo principal é capacitar jornalistas para melhor apurar temas de desenvolvimento sustentável com a ajuda de ferramentas multimídia como Google Maps, vídeo, áudio e banco de bancos.
Entre outros objetivos estão ensinar o jornalistas a mobilizar leitores sobre temas como uso da terra, recursos de água e outros aspectos do desenvolvimento sustentável; e a usar telefones celulares como ferramenta para publicar e disseminar informação de interesse local a comunidades onde o acesso à Internet é limitado ou restrito, de acordo com o site do centro.
“Este curso em particular nasceu de uma discussão com a Unesco [patrocinador principal] sobre que tipos de programas de jornalismo os interessou e os tipos de cursos que estávamos planejando oferecer no Centro de Periodismo Digital”, disse James Breiner, diretor da organização e bolsista do programa Knight Fellowship.
“Desde o princípio, o jornalismo ambiental ia ser um foco de treinamento no centro”, Breiner acrescentou durante uma entrevista para a IJNet onde tocou em outro aspectos do curso.
Este programa foi lançado online em 7 de setembro e agora é oferecido em sessão presencial, que acontece de 22 a 24 de outubro em Guadalajara.
IJNet: Qual é o objetivo do programa?
JB: Este curso especificamente tem como objetivo criar bancos de dados para compartilhar informação sobre temas de desenvolvimento sustentável. O objetivo é oferecer oportunidades a residentes de comunidades afetadas pelo desenvolvimento para se envolverem não só no consumo de informação mas também na produção de informação.
Quais são as novas ferramentas digitais que os jornalistas latino-americanos aprenderão neste curso?
A grande demanda entre jornalistas latino-americanos é para saber como produzir matérias multimídia, então temos uma sessão de dois dias planejada pela instrutora Renata Cabrales, que foi editora online El País em Cali, Colômbia, e agora é consultora independente. Ela vai ensinar vídeo, produção de slideshows com som e mapas, entre outros. Os participantes irão aprender mais profundamente a criar mapas com dados, uma coisa que já faziam no componente online até um certo ponto. Haverá um treinamento sobre aspectos detalhados do software de blogs (a maioria já tem blogs) para maximizar seu uso e teremos uma introdução a algumas novas possibilidades de coletar e publicar notícias via telefone celular.
Nossa metodologia principal é um ensino combinado, que consiste em cinco ou seis semanas de capacitação online seguido por três ou quatro dias em Guadalajara, onde os participantes fazem atividades práticas com várias ferramentas digitais para produção de vídeo, áudio, mapas e gráficos online e por aí em diante, tudo que tem a ver com multimídia.
Além disso, temos um site com lições, ferramentas digitais e notícias sobre o jornalismo digital: www.centroperiodismodigital.org.
Que tipo de jornalista você pretende formar com o programa?
Eles serão jornalistas multimídia em vez de apenas jornalistas. Não serão especialistas em multimídia, mas jornalistas com uma mentalidade multimídia. Eles terão algumas ferramentas a mais para contar uma história. Esperamos que sejam muito mais conscientes sobre os benefícios de engajar a audiência em um nível superior. Com isso quero dizer que a audiência pode ajudá-lo mais em termos de alertá-los a novas possibilidades, dando dicas e informação.
O que jornalistas devem esperar após a graduação neste programa?
Antes de tudo, esperamos que colaborem em projetos de jornalismo ambiental. Eles terão ferramentas para criar mapas de bancos de dados informativos.
Eles podem esperar ter um nível de conforto em usar algumas tecnologias que têm ouvido falar e serão equipados para entrar no jogo da reportagem multimídia. Eles também podem esperar que muito do que aprenderam em termos de tecnologia específica será ultrapassado em seis meses, e terão que aprender novas ferramentas. Mas eles passarão da fase em que estão paralisados pelo medo e nem sabem como começar.
Vocês vão oferecer este curso novamente no futuro?
Com certeza. Ficamos muito satisfeitos com o entusiasmo dos participantes. Os tópicos — meio ambiente, participação do cidadão, telefonia celular no jornalismo, ética — geraram discussões estimulantes e propostas de projetos interessantes.
Para saber mais sobre o programa, clique aqui (em espanhol). Para informação sobre os próximos cursos, visite (em espanhol) http://www.centroperiodismodigital.org/. Para ler o blog de James Breiner, visite (em espanhol) http://newsleaders.blogspot.com/.