Maria D'Ambrosio é um especialista em jornalismo americana com uma perspectiva internacional sobre a profissão.
Em 2009, ela fundou o site Big World Magazine, que publica e distribui "narrativas, perfis provocativos, reportagens, trabalhos investigativos, vídeos, fotos e áudio que evocam um sentido de lugar". As diretrizes para publicar artigos estão aqui.
D'Ambrosio foi editora da revista Global Finance e repórter da Associated Press na América Latina. Ela também dirige o Istanbul Project, um programa de verão de reportagem internacional na Turquia.
Ela compartilha seus pensamentos com a IJNet sobre jornalismo cidadão, reportagem internacional e oportunidades para freelancers.
IJNet: Você criou o Big World em 2009, em parte, porque veículos de mídia americanos estavam abandonando a cobertura internacional custosa. Esse ainda é o caso?
Mary D'Ambrosio: O Big World Magazine pretende ser uma alternativa para essa mania de jornalismo hiperlocal -- e um lugar onde os jornalistas podem escrever sobre temas e questões que contam histórias sobre um mundo mais amplo.
IJNet: Quais são seus pensamentos atuais sobre jornalismo cidadão?
MD: Muita confiança no jornalismo cidadão compromete o profissionalismo no campo. Você gostaria que um cirurgião cidadão operasse em seu coração, ou um advogado cidadão o representasse em uma ação judicial? De qualquer forma, acho que isso passou; as editorias descobriram que poucas pessoas poderiam pegar uma câmera ou caneta e produzir algo com um padrão aceitável.
IJNet: Qual é a um conjunto de habilidades que os jornalistas devem ter hoje, mas muitas vezes não têm?
MD: Jornalistas geralmente são bem-educados e altamente qualificados; hoje em dia estão também trabalhando arduamente para se adaptar ao sabor do momento. Blogar? OK! Fazer vídeo? Vou comprar essa câmera agora. Twitter? Claro que sim. Mas, para escolher apenas uma coisa, eu diria que habilidades analíticas de alta qualidade e até mesmo capacidade de previsão vão ajudar a maioria dos jornalistas ao longo do tempo, como Mitchell Stephens da NYU argumentou. Essas habilidades vão destacá-los dos simples "produtores de conteúdo."
IJNet: Para o Big World, que tipo de contribuições que você busca? Alguma região em particular?
MD: O Big World apresenta "narrativas sobre lugares". Pretendemos realizar reportagens, perfis e investigações que lançam luz sobre os locais e como funcionam. Enquanto nós publicamos histórias de todo o mundo, estamos especialmente interessados em ouvir mais da África, uma região que recebe pouca atenção na mídia nos EUA.
IJNet: O site diz que o pagamento é "modesto". Poderia nos informar os valores?
MD: Claro. É US$75 por artigo inédito, mais metade de todas as quantias de distribuição e um anúncio de três meses gratuito. Nós também publicamos bios de correspondentes e circulamos as listas com outros editores de pauta.
IJNet: Quantos correspondentes encontraram emprego através do seu site?
MD: O Big World não é um site de empregos - mas distribuímos trabalhos para o Grio da NBC, para a revista de assuntos estrangeiros Worldpress, para as revistas de viagens Transitions Abroad e GoNomad; e em diversas publicações no exterior. Eu também refiro nossos escritores e fotógrafos a colegas editores para outros projetos.
IJNet: Qual é a parte mais desafiadora sobre o ensino de jornalismo na Turquia?
MD: Ajudar estudantes de jornalismo encontrar e contar histórias relevantes para os leitores de casa, ao invés de se prender a questões que podem ser furiosas localmente, mas provavelmente de interesse limitado no exterior.
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