Como uma nação pode incluir os jovens no processo eleitoral, quando apenas 10 por cento de pessoas entre 18 e 19 anos se registram para votar?
Uma equipe do Sunday Times da África do Sul, onde apenas uma fração dos jovens se registram para votar, acha que pode ter uma solução.
Seu novo app visa envolver jovens sul-africanos no processo de votação, ajudando-os a encontrar o partido político que melhor corresponda aos seus interesses. O aplicativo, chamado Party Match, venceu a primeira hackatona na África Subsaariana do Editors Lab.
A equipe Sunday Times projetou o aplicativo durante uma sessão de brainstorming de 48 horas organizada pela maior editora de notícias digitais da África, a plataforma 24.com. O evento foi organizado pela African Media Initiative, Global Editors Network (GEN) e o Google. Catorze equipes de três pessoas --cada uma composta por um jornalista, um designer e um desenvolvedor- das principais organizações de notícias da África do Sul competiram.
A equipe de Loni Prinsloo (jornalista), Fiona Krisch (designer) e Carla Goldstein (desenvolvedora) ganhou ZAR$20.000 (cerca de US$2.000), além de uma viagem com todas as despesas pagas para o GEN Summit e a cerimônia do Global Data Journalism Awards, em Barcelona, na Espanha. Lá, sua equipe vai competir com vencedores de outros 18 países, durante a Global News Hackathon.
"O 'Party Match' demonstrou o potencial local para jogos de notícias e a importância do humor na construção de engajamento público em torno de questões 'chatas' como política", disse Justin Arenstein, membro do júri e AMI estrategista digital chefe da AMI, que ajudou a organizar o evento como parte do seu projeto do Knight International Journalism Fellowship do ICJ . "A execução criativa no 'Party Match' também ficou acima dos outros 13 concorrentes". Arenstein faz parte do júri do Global Data Journalism Awards da GEN.
O aplicativo protótipo foi projetado para tablets, com versões planejadas para smartphones e desktops. As redações poderão analisar os dados do aplicativo para ajudar a rastrear tendências de opinião entre os usuários.
"Nenhum dos nossos membros de equipe já haviam trabalhado juntos ou ido a uma maratona hacker antes, nem criado um aplicativo de notícias antes", Krisch disse num comunicado. "Nós estávamos inicialmente apavoradas, mas depois decidimos mantê-lo simples. Estamos focadas em apenas um assunto: como fazer com que a juventude apática da África do Sul se envolva com a política? Como levá-los a pensar sobre o que cada partido tem para oferecer e seu impacto sobre suas vidas?"
O City Press conquistou o segundo lugar, garantindo o apoio técnico do Code for Africa para um aplicativo crossmídia projetado para ajudar cerca de 3.600 pessoas estupradas todos os dias na África do Sul. O aplicativo LifeCoach tenta guiar sobreviventes de estupros através do processo de queixa contra seus agressores, ao mesmo tempo que conecta os sobreviventes com conselheiros próximos e redes de apoio.
Outros projetos notáveis incluíram uma plataforma paywall leve que protege artigos individuais, um aplicativo de Android que dá a repórteres cidadãos diretrizes editoriais passo-a-passo e listas de verificação para relatar notícias da rua, e um aplicativo multiplataforma que alerta os cidadãos sul-africanos sobre os aplicativos locais da Avaliação de Impacto Ambiental (EIA, em inglês) e outras notificações sobre desenvolvimento em seus bairros.
Os projetos apresentados pelas 14 equipes que competiram podem ser vistos online no Editors Lab e Hacks/Hackers Africa.
Imagem do aplicativo Party Match, cortesia do GEN