Quando começamos o Seattle Globalist há três anos, achávamos que sucesso era o simples ato de criar uma nova publicação a partir do zero. Cada novo post que publicamos e cada novo colaborador que trouxemos parecia como um pequeno passo em direção à nossa missão de elevar diversas vozes e destacar as ligações internacionais no noroeste dos Estados Unidos.
Mas em pouco tempo, ficamos com fome de obter mais informações: Nosso público estava crescendo ao longo do tempo? Como estávamos indo em relação a sites semelhantes? Nossas histórias realmente serviam aos leitores e incentivavam uma visão global?
Infelizmente, as métricas tradicionais para medir o sucesso para uma publicação online estão em falta.
Mais de metade do tráfego online registrado vem de robôs, em vez de visitantes humanos. Nossos dados analytics estão repletos de tráfego de pesquisa que pula de todo o mundo, mas provavelmente não tem nenhuma ligação significativa para as comunidades que estamos tentando servir. E mesmo aqueles milhares de "likes" no Facebook que acumulamos em nossos artigos mais populares podem não significar que as pessoas estão realmente se envolvendo com a história.
Uma conta do Analytics apenas não é suficiente para medir o sucesso, especialmente para a gente que trabalha sem fins lucrativos que tem responder às fundações, assinantes e doadores individuais em vez de anunciantes.
Afinal, nós sabemos o que recebe cliques, certo? Estamos tentando fazer mais do que isso. Aqui estão cinco indicadores de sucesso que são mais úteis.
Aumentar a cobertura através de outras publicações
Todo jornalista quer ser o primeiro a reportar uma grande história que todo mundo vai estar falando. Mas e a história pequena mas importante que de outra maneira vai ser ignorada?
Quando histórias que foram reportadas pela primeira vez pelo Globalist são apanhadas por outras publicações com um público maior, é uma grande vitória para nós, dirigindo mais tráfego para o nosso site ou não.
Nós começamos a rastrear essa influência, através de um formulário simples do Google para registrar cada incidente em que uma de nossas histórias influencia diretamente a cobertura em outro lugar ou quando um de nossos colaboradores se torna uma fonte ou escritor em uma publicação de renome.
Essas instâncias são anedóticas, mas ficar de olho em tendências pode nos dar uma noção de como estamos indo e o banco de dados nos dá medidas demonstráveis de sucesso que podemos compartilhar com os financiadores.
Além desses casos individuais, também vemos uma tendência global em que outras fontes de notícias já perceberam que a cobertura de conexões internacionais e comunidades de imigrantes pode ser acessível e atraente para o público tradicional. Para um site sem fins lucrativos, outras publicações se interessarem por seu nicho pode significar mais concorrência, mas para nós, isso significa que estamos cumprindo nossa missão indiretamente, influenciando a cobertura dos outros.
Reputação offline
Isso acontece com bastante frequência, mas ainda me deixa muito contente. Eu falo onde trabalho e dizem: "Você trabalha para o Seattle Globalist? Eu amo esse site! "Pode não ser uma medida muito científica, mas se as pessoas estão falando sobre o seu conteúdo, vindo a seus eventos e pensando coisas positivas sobre você e seus redatores, você está ganhando!
Reputação offline é tão importante para nós quanto números de tráfego do site. Cada colaborador com um adesivo Globalist em seu laptop é um símbolo de boa vontade para com a nossa publicação no mundo real.
Marcas, financiadores e bons jornalistas querem ser associados a você. E ter um sentimento de boa vontade com os leitores no mundo real significa que eles vão respeitá-los no espaço online.
O que nos leva para...
Engajamento do público
Comentários estão fora de moda, certo? Muitas publicações têm escondido ou mesmo fechado as seções de comentários porque são muito cáusticos ou tornam-se plataformas para fanáticos e trolls.
Os comentários no Seattle Globalist tendem a ser mais educados. Mas quando ficam bravos, significa que escolhemos um tópico importante.
Um exemplo recente: Uma matéria que escrevemos sobre americanos de origem somali protestando contra uma professora local que compartilhou charges do Charlie Hebdo com seus estudantes foi viral e compartilhada amplamente em sites islamofóficos.
Alguns comentários eram feios, irritados, mesmo odiosos, mas em última análise, eram parte de uma conversa valiosas sobre questões de liberdade de expressão -- geradas pelas demandas dos manifestantes de que a professora fosse demitida.
Ter sua perspectiva mudada é uma experiência dolorosa e o subproduto do crescimento pessoal é muitas vezes raiva, mas é uma coisa boa fornecer a plataforma para esse crescimento.
Por outro lado, o engajamento não é sempre negativo. Às vezes a seção de comentários acaba sendo um local de encontro online para algo que as pessoas realmente querem falar. Normalmente, isso vem junto com um aumento equivalente em trânsito e compartilhamentos na mídia social. Mas mesmo se não, esse engajamento é um indicador de que estamos cobrindo os temas certos.
Abrir conversações
…mas nunca fechando. Não se trata de estar sempre certo. O público inteligente não está olhando para nós falarmos o jeito certo de ser ou a opinião correta para ter. Ele está à procura de um espaço para falar e pensar sobre as coisas que importam.
É difícil resistir à tentação de querer cobrir todas as bases e antecipar todos os argumentos contrários. Mas tente fazer isso pessoalmente na próxima festa que você for e ver se será popular.
Ninguém quer falar com um sabe-tudo (mesmo se realmente sabem tudo). Querem ficar ao lado da pessoa que traz à tona temas realmente interessantes e, em seguida, permite que outras pessoas respondam com suas próprias ideias sobre o assunto.
O mesmo é verdade no espaço online.
Não se trata de incentivar nossos jornalistas a abrirem pontos provocativas de propósito só para irritar as pessoas -- isso é trolling. Mas não queremos que eles se preocupem em estar certos o tempo todo também. A verdadeira vitória não é que todo mundo gostou do que dissemos. É conseguimos fazer as pessoas falarem.
Converter leitores em redatores
Quando a colunista Sarah Stuteville escreveu uma coluna usando demográficos para refutar o clichê de que Seattle é uma “cidade branca”, ela ouviu de alguns leitores que "os números podem estar corretos, mas como uma pessoa negra vivendo em Seattle, isso não corresponde com a minha experiência."
Em vez de ignorar os comentários e e-mails, ela escolheu um leitor que escreveu detalhadamente e passionalmente, e sugeriu que ela escrevesse um post de resposta falando sobre sua própria experiência.
O post resultante estendeu a conversa sobre um tema importante e difícil (e, sim, gerou até comentários mais raivosos).
Você não gostou do que nosso colaborador escreveu? Diga-nos por que estão errados. Você concordou com o que disseram? Torne-se um colaborador e conte mais.
Quebrar as barreiras entre leitores e jornalistas (e incentivando todos a se tornarem apoiadores) é tudo parte da construção de uma verdadeira comunidade em torno de uma publicação.
Quando você conseguir isso, os cliques seguirão.
Alex Stonehill (@AlexStonehill) é cofundador e editor-chefe do Seattle Globalist, uma publicação on-ine sem fins lucrativos dedicada a elevar diversas vozes no noroeste do Pacífico. Ele tem experiência como jornalista visual e reportou mais de uma dúzia de países, incluindo a Síria, Etiópia e Paquistão. Recentemente, dirigiu o premiado documentário BARZAN e ensina jornalismo no Departamento de Comunicação da Universidade de Washington.
Este post foi publicado originalmente no MediaShift e é reproduzido e traduzido com permissão. O MediaShift conta como o cenário da mídia mudando está mudando a maneira como obtemos nossas notícias e informações. Os Correspondentes do MediaShift explicam como a mídia tradicional, como jornais, revistas, rádio, TV, música e filmes, estão lidando com rompimento digital e adaptando seus modelos de negócios para um mundo conectado mais móvel. Conheça mais o MediaShift on the web, siga MediaShift no Twitter ou no Facebook.
Imagem sob licença CC no Flickr via Ervin Bartis