Em tempos de rápida mudança no formato das mídias digitais, como jornalistas e organizações podem utilizar os melhores recursos para aumentar a sua audiência? Esse foi o tema do segundo webinar do programa “Acelerando Negócios Digitais”, um projeto do ICFJ em parceria com o Meta. Com o tema “Novas plataformas e formatos de mídia”, Jon Laurence, supervisor de produção executiva da AJ+, - plataforma digital da Al Jazeera Media Network- destacou a relevância de apresentar produtos atraentes e que aproveitem o melhor de cada plataforma.
As redes sociais deram um salto num curto período. Em 2011, o Twitter e Instagram ainda não contavam com a opção de publicar vídeo, o Youtube entregava um conteúdo mais amador e os streamings estavam longe do alcance atual. “A primeira série original da Netflix surgiu há dez anos e, hoje, ocupa grande parte das nossas vidas”, afirma. O crescimento da receita das plataformas foi impressionante. “O Instragram, o Tiktok, e o Facebook tem, cada, mais de 1 bilhão de usuários e valem mais de meio trilhão de dólares”. O TikTok, junto com o IGTV , dobraram o conteúdo de mídia. “Em 2021, nós vimos as empresas e organizações priorizando o formato de vídeo para gerar engajamento. Os podcasts também se tornaram muito competitivos”.
O produto certo para cada plataforma
Diante da diversidade das mídias, Laurence menciona a importância de estar atento as demandas das redes. Cada plataforma é forte numa área e tem um funcionamento que necessita de produtos específicos. “A forma de contar uma história depende da plataforma e é diferente porque o comportamento do usuário é diferente”. Se no Youtube as pessoas procuram vídeos longos e com assuntos mais aprofundados, no TikToK a busca é pelo conteúdo curto e de maior entretenimento. No Twitter há uma preocupação mais factual com espaço para discussões políticas e de minorias, esclarece.
Ele acredita que um conteúdo atraente deve ser pensando em todas as fases, na criação de ideias, produção e edição. E pondera que organizações que não dispõe de recursos para novos produtos, podem adaptar o mesmo material para outras plataformas. Outro ponto destacado é a necessidade de estabelecer uma relação do tema abordado com as comunidades que podem ajudar nas soluções dos problemas. “Nós fizemos uma nota sobre as populações indígenas da Califórnia que poderiam ensinar às autoridades como combater o fogo. É preciso pensar nas comunidades mais afetadas e dar prioridade a vozes diferentes”.
Como produzir um vídeo atraente
O processo de construção de um vídeo atraente envolve o que Laurence chama de “ponto de entrada da história”. Ele adverte que o jornalista precisa se conectar com a emoção, ir além dos fatos e apresentar novas formas de abordar o assunto. Não se trata apenas de descrever a notícia, mas trazer a sensação de ineditismo por meio de outra perspectiva. “Não é só como engajamos as pessoas, mas como mantemos as pessoas engajadas”. Ele alerta para os 4 aspectos relevantes na construção do conteúdo:
- Assunto: Qual audiência se pretende alcançar? O assunto chama atenção e interessa esse público?
-Produção: Qual a melhor plataforma e como as pessoas irão descobrir o vídeo? Ele é visualmente atraente? A foto da thumbnail é boa? É uma história que inspira o compartilhamento? No caso de pequenas organizações é importante se especializar em um nicho e ser realista sobre suas metas: o que é possível fazer para manter a qualidade e um bom fluxo de produção.
-Edição: O tamanho do vídeo depende da plataforma em que será publicado. O TikTok funciona para vídeos de até 03 minutos, enquanto no Facebook, o ideal são vídeos que passam dos 20 minutos.
-Publicação: Como o material aparece na plataforma e é repostado pela equipe? Qual o feedback?
Caminhos para a monetização
Laurence apresenta 3 formas de monetização:
-Renda distribuída: Umas das formas que as organizações conseguem monetizar as notícias foi a partir do anúncio que aparece no vídeo. Essa renda é dividida entre a plataforma e o criador de conteúdo.
-Conteúdo patrocinado: Quando uma iniciativa do criador de conteúdo é patrocinada por alguma marca.
-Conteúdo de marca: Produzido especificamente para uma marca e com um controle editorial significativo sobre o produto.
Foto: Canva
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