Ferramentas para ajudar a identificar conteúdo gerado por IA

Nov 25, 2024 in Inovação da mídia
DOUBT

Se 2022 e 2023 foram os anos de estreia das principais ferramentas de Inteligência artificial que conhecemos hoje, como ChatGPT (OpenAI), Claude (Anthropic), Gemini (Google) e Copilot (Microsoft), 2024 foi o ano em que estas plataformas se aperfeiçoaram e explodiram em popularidade.

Organizações de notícias abraçam cada vez mais a IA. Segundo relatório publicado neste ano pelo Tow Center of Digital Journalism da Universidade de Columbia, a tentativa é de otimizar tarefas como transcrever gravações e organizar grandes conjuntos de dados, bem como encontrar novas fontes de receita para um setor que sofre com crises financeiras e de confiança.

No Brasil, vários veículos já adotaram oficialmente o uso de inteligência artificial na rotina das redações. Veículos como Núcleo e Aos Fatos publicaram políticas de uso de IA e já têm seus próprios robozinhos inteligentes. Estadão e Globo são outros dois exemplos que já usam e incentivam o uso IA generativa como auxiliar de repórteres e até os times comerciais.

Riscos no jornalismo

Mas o uso das plataformas de inteligência no jornalismo ainda está cheio de riscos. Como se trata de uma tecnologia nova, as ferramentas de IA ainda “aluncinam” bastante, que é o termo usado para descrever quando esses robozinhos dão respostas completamente erradas para perguntas simples (ou quando inventam respostas para perguntas complexas). Além da chance de “alucinar", as IA geram textos pasteurizados, sem estilo ou nuances. 

No ano passado, a agência de notícias CNET precisou fazer o que chamou de “correções substanciais” em dezenas de textos que foram escritos com ajuda de inteligência artificial. Os erros incluíam nomes de empresas incompletos, números errados, entre outros erros de informação. 

Novos parâmetros nas universidades 

O problema atinge também a educação. Segundo uma matéria do NYT, escolas e universidades nos EUA estão remodelando cursos inteiros por causa do uso desregrado de IA para a elaboração de apresentações e outras tarefas. 

Por isso, junto com o avanço do uso de ferramentas de IA, surgiram também plataformas que prometem identificar se um texto foi gerado por um computador ou por um ser humano. 

Sites de checagem de IA

Os sites podem ajudar editores que queiram conferir se seus repórteres estão usando IA indiscriminadamente, professores que queiram checar se os trabalhos estão realmente sendo feitos por seus alunos ou mesmo repórteres que desejam conferir se o conteúdo é IA e/ou plágio, o que pode ser especialmente útil ao investigar sites ou posts de redes sociais.

Importante notar: esses sites devem ser usados apenas como uma indicação de que o texto possa ter sido construído por inteligência artificial, nunca como resposta final. Há margem de erro e existem diversas ferramentas que conseguem reconfigurar um texto gerado por IA para que ele se pareça com o escrito por um humano.

Dito isso, fiz uma seleção de 5 ferramentas de detecção de conteúdo gerado por IA. Elas têm planos gratuitos e pagos, e também suporte ao português e outras línguas, embora a maioria tenha sido projetada para funcionar primariamente em inglês. Aqui estão elas:

1. GPTzero

Além de ajudar a identificar se um texto foi escrito por uma ferramenta de inteligência artificial ou um humano, o GPTzero te auxilia a interpretar os resultados, dando exemplos de frases, palavras e estilos comumente utilizados por IA. No site há diversas outras soluções, como ferramentas específicas para recrutadores identificarem IA em cartas de apresentação de currículos, por exemplo.

2. ZeroGPT

Sim, nome parecido com a opção de cima, mas com algumas diferenças de uso importantes: é um pouco mais simples, com menos soluções disponíveis, mas dá para ser utilizado também no Telegram e no WhatsApp.

3. Copyleaks

Se apresenta como uma ferramenta feita de desenvolvedores para desenvolvedores. O principal diferencial é o suporte à linguagens de programação e integração com diversas APIs para personalizar completamente a plataforma. Também identifica plágio além de apontar a probabilidade de um texto ter sido escrito por IA.

4. Originality

Detector de IA construído para a “comunidade de SEO” e profissionais de marketing digital em geral. A ferramenta da Originality é treinada especificamente em conteúdo destinado a ser publicado na internet, como conteúdo de sites e notícias, dispensando textos acadêmicos e pesquisas. Também possui um verificador de fatos.

5. GTLR

Ferramenta 100% gratuita, desenvolvida no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), universidade nos Estados Unidos, e tem o código é aberto. utiliza o mesmo algoritmo do ChatGPT para tentar ‘prever’ a próxima palavra. Funciona apenas em inglês. 


Foto: Canva