10 veículos de mídia negra pelo mundo

por IJNet
Jun 22, 2022 em Diversidade e Inclusão
Black women talking to each other.

Em muitos países pelo mundo, as vozes negras permanecem sub-representadas nas redações. Consequentemente, a cobertura de muitos veículos negligencia a inclusão ou falha em abordar apropriadamente as experiências das comunidades negras.

No último dia 19 de junho, os Estados Unidos celebraram o Juneteenth, data recentemente declarada feriado nacional que comemora a libertação dos últimos negros escravizados nos Estados Unidos, mais de dois anos após o fim da Guerra Civil. A pressão por um feriado nacional que celebrasse o Juneteenth ganhou um novo impulso após o assassinato de Geroge Floyd em 2020 e os subsequentes protestos do movimento Black Lives Matter, condenado a brutalidade policial contra os afro-americanos. 

Nos últimos dois anos, veículos nos Estados Unidos, ainda que de forma imperfeita, têm tentado lidar com a questão racial nas redações e como suas próprias políticas e cobertura estiveram aquém no passado.

Em nosso próprio esforço para honrar o Juneteenth e o papel crucial das vozes negras na mídia, nós recorremos à nossa equipe global de editores e tradutores para destacar veículos de mídia negra em seus países e regiões.

A seguir está uma amostra desses veículos e do trabalho que eles realizam:

Bahamas

Jones Communications Network (JCN): é a primeira rede multimídia de jornalismo de propriedade negra nas Bahamas. A rede engloba o canal JCN-TV, a rádio Love 97.5FM e o jornal The Bahama Journal

Brasil

Nós mulheres da periferia: o veículo, comandado por mulheres negras e também mulheres de outros grupos marginalizados, produz reportagens sobre classe, raça, gênero, dentre outros temas. O objetivo da redação é ajudar a promover uma sociedade plural, antirracista e não-patriarcal.

Revista Afirmativa: criado em 2013, este coletivo de mídia de jornalistas e profissionais de comunicação negros, produz conteúdo multimídiaque busca ampliar e melhorar a representatividade negra. Além da produção jornalística, a Revista Afirmativa realizou o projeto “Narrativas Transnacionais de Mulheres Negras”, uma intercâmbio de experiências com a mídia negra e feminista de Porto Rico e da Costa Rica. 

Em março de 2020, a Revista Afirmativa lançou o Editorial Lab Afirmativa de Jornalismo – Respeita a Favela!, para apoiar veículos de mídia negra que cobrem política no Brasil.

Notícia Preta: fundada em 2018, a Notícia Preta é uma plataforma educativa antirracista que busca combater, por meio de seu conteúdo, preconceitos existentes. De acordo com o site do veículo, o objetivo é “mudar a forma como nos comunicamos” como uma “ferramenta para lutar contra o racismo e as desigualdades."

França

Nothing But the Wax: em 2010, Chayet Chiénin criou este blog focado na moda africana. Desde então o Nothing But the Wax teve um crescimento significativo e conquistou uma audiẽncia internacional. Hoje um veículo jornalístico maduro, ele se dedica a publicar histórias não contadas da juventude africana —  “dar uma voz a essa juventude ofuscada, que deseja nada menos do que lançar luz sobre sua herança cultural”. O veículo tem sede em Paris.  

Nofi: uma combinação das palavras francesas “noir” e  “fier”, “negro” e “orgulhoso”, o Nofi foi lançado em 2014 como uma plataforma para troca de informações sobre a comunidade negra na França. Ele foi fundado em 21 de fevereiro daquele ano, em memória ao  assassinato de Malcolm X, cuja vida foi tirada nesse mesmo dia em 1965. 

Colômbia

Tuu tchika: com sede no departamento de La Guajira, no norte da Colômbia, este veículo comandado por uma família mergulha em questões relacionadas à cultura e meio ambiente, incluindo a cobertura de comunidades negras na região.

Agenda Propia: esse veículo independente cobre a população indígena e outras minorias em Cauca. O Agenda Propia colabora com comunidades locais para orientar sua cobertura de conflitos sociais, questões ambientais e direitos humanos, dentre outras. 

Revista ViveAfro: com a missão declarada de se opor ao racismo e discriminação contra negros, afro-colombianos e a população raizal e palenquera, a Revista ViveAfro busca usar formatos educativos, artísticos, culturais e jornalísticos inovadores para empoderar esses grupos.

Equador

Relatos Esmeraldeños: com sede na cidade de Esmeraldas, de população predominantemente negra, este veículo cobre a vida cotidiana na fronteira norte do país, focando em populações vulneráveis como afro-equatorianos, indígenas, refugiados e pessoas com deficiência, dentre outras.


Foto por Christina @ wocintechchat.com no Unsplash.