COVID-19, Natal e Ano-Novo: o que muda em 2021

Автор Jade Drummond
Dec 20, 2021 в Reportagem sobre COVID-19
Presente de natal com máscara

Com o avanço da vacinação no Brasil e a flexibilização das restrições da Covid-19, muitas famílias se sentem mais confortáveis para realizar os encontros de natal e ano novo que se aproximam. Porém, o surgimento da variante ômicron, a hesitação vacinal de alguns grupos e a redução do uso de máscaras em locais fechados podem causar preocupação.

Para explicar as melhores práticas da prevenção durante o período de festas, o Fórum de Reportagem sobre a Crise Global de Saúde convidou Vitor Mori, físico, pesquisador da Universidade de Vermont e membro do Observatório Covid-19 BR, para o webinar “COVID-19, Natal e Ano-Novo: o que muda em 2021”. O papo aconteceu em 17 de dezembro. Assista o webinar completo e leia os principais destaques abaixo. 

O que muda em 2021

A grande diferença entre as festas de fim ano de 2020 para 2021 é a recomendação da vacina contra a Covid-19, que traz mais segurança para os eventos. Há um ano ainda não se sabia quando ou se teríamos imunizante contra a doença. 

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“Ano passado a recomendação era evitar os encontros familiares, porque essas festas envolvem não só muita gente sem máscara em um mesmo ambiente, como também muita circulação dentro do país, o que acelera o processo de transmisão”, explica Mori. Hoje a orientação não é focada na restrição dos eventos, mas sim em manter boas práticas que evitem a transmissão. “O que a gente pede é que as pessoas tomem muito cuidado”, diz.

Como se proteger melhor no natal e ano novo

Se a família decidir que os benefícios dos encontros de fim de ano são maiores que os riscos, é importante tomar alguns cuidados. Independente da variante, as medidas físicas de proteção contra a transmissão da Covid-19 não mudam. Além do esquema vacinal completo (se possível, com dose de reforço), os especialistas seguem recomendando o chamado “tripé de proteção”: máscaras bem ajustadas, preferência aos ambientes totalmente ao ar livre e distanciamento físico. Em ambientes fechados e mal ventilados, dê preferência ao uso da máscara PFF2.

Um ponto específico de cuidado deve ser o encontro intergeracional. “Os idosos são mais suscetíveis ao vírus e as crianças ainda não foram contempladas com a vacina, então, ao juntar esses dois grupos, tome mais cuidado, lembre-se de usar a máscara e faça um encontro ao ar livre”, explica Mori. Além disso, é interessante evitar a reunião de pessoas de muitas cidades diferentes, para que não sejam feitos longos deslocamentos no período.

Os testes também podem ser uma medida extra de proteção. Entretanto, na realidade do Brasil é uma recomendação que atinge muito pouca gente, pois o preço alto dos testes torna a medida proibitiva para a maioria das famílias. Para aqueles que conseguem realizar a testagem, o ideal seria realizar o teste rápido de farmácia no mesmo dia do encontro. 

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O que esperar para o próximo ano

De acordo com Mori, é muito difícil prever como será o final do ano de 2022. Mas, com o avanço da vacinação ampla, dose de reforço e vacinação infantil, os cenários estão se construindo de forma positiva. 

“Uma hora as pandemias acabam, seja porque o vírus virou endêmico, e o cenário de transmissão comunitária acelerada já não existe mais, seja em um novo normal”, diz Mori. Um exemplo disso é como lidamos com a epidemia da HIV/AIDS. Depois dela, as práticas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis mudaram. Fala-se muito mais sobre a doença do que antes, com diversas políticas de distribuição e conscientização do uso de preservativos. Então, algumas boas práticas e cuidados quando alguém tem sintomas gripais provavelmente vão mudar daqui pra frente.

O pesquisador explica que hoje é muito difícil falar em covid zero, mas a gente consegue diminuir a transmissão e a severidade da doença. Mori levanta ainda uma discussão importante que deve ser feita no país: qual é o nosso objetivo final? “A gente vai ter que definir o nosso limite, a partir de onde é um ambiente que permite voltar com as atividades normais sem mais preocupação”, diz. Para ele, que não vê essa discussão acontecendo no Brasil, é importante pensar e debater sem muito moralismo onde a gente quer chegar, pois esses limites são diferentes em cada país.


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