Uma ferramenta inovadora desenvolvida para ajudar as pessoas se registrarem para votar no Quênia está provando ser um recurso valioso para os eleitores em todo o continente africano.
O portal GotToVote foi criado em 2012 por dois desenvolvedores de software sob a orientação de Justin Arenstein, bolsista Knight International Journalism Fellowship do ICFJ, para uso durante as eleições gerais do Quênia. Em apenas 24 horas, os desenvolvedores pegaram informações de registro de eleitores em um PDF do governo e transformaram tudo em um site simples, com dados utilizáveis que ajudaram os cidadãos a localizarem o centro de votação mais próximo onde podem se registar para as eleições. A mídia queniana levou um grande público ao site, o que resultou em um grande impulso em registros de eleitores.
Desde então, o GotToVote tem ajudado as pessoas se registrarem para votar no Maláui e Zimbábue. Agora, o recurso está sendo adaptado para uso em eleições nacionais em Gana e Uganda em 2016.
Grupos cívicos de Uganda liderado pelo African Freedom of Information Centre estão planejando usá-lo para ajudar as pessoas a se inscreverem, para verificarem registros e unidades de registo através de SMS. Também estão propondo novos recursos, incluindo aplicativos digitais para ajudar os cidadãos a postarem questões de interesse e compararem posições políticas entre partidos e candidatos para que os eleitores entendam melhor as escolhas que estão sendo oferecidas.
Em Gana, GotToVote está ajudando os cidadãos a encontrar o seu centro de registro mais próximo para se certificarem de que estão aptos a votar nas eleições nacionais de 2016. A ferramenta, que é otimizada para dispositivos móveis, faz com que a informação do eleitor seja de fácil acesso ao público. Explica quem pode se registrar para as eleições gerais de 2016 e dá uma simples visão geral do processo de recenseamento eleitoral. Também informa aos usuários que documentação precisam para se cadastrarem.
Arenstein disse que o GotToVote está causando um grande impacto em toda a África, pois cidadãos de todo o continente buscam transparência e voz no processo eleitoral. "Isso é mais do que uma solução de software", disse Arenstein. "Estamos desenvolvendo responsabilidade política."
No ano passado, o governo nacional do Maláui usou GotToVote para verificar se os eleitores estavam registrados corretamente. O resultado foi que mais de 20 mil tinham se registrado incorretamente, porque não eram eleitores qualificados ou foram registrados na circunscrição errada. Em 2013, milhares utilizaram o GotToVote através de seus dispositivos móveis e tablets para encontrar seus locais de votação no Zimbábue.
Essa experiência bem sucedida fornece uma série de lições sobre o poder e viabilidade de projetos de dados abertos, mostrando que não precisam de grandes equipes, grandes orçamentos ou muito tempo para serem construídos.
Este post foi publicado originalmente no site do Centro Internacional para Jornalistas e é traduzido para a IJNet com permissão.
Imagem sob licença CC no Flickr via BBC World Service