Era 11 horas da manhã do dia 28 de dezembro de 2008 e os repórteres Ayman Mohyeldin (na foto à direita) e Sherine Tadros estavam tomando café em um bar na cidade de Gaza quando ouviram uma forte explosão. Eles, como os outros clientes do bar, ficaram paralizados. "Está tudo bem, tudo bem", um garçom disse aos dois repórteres da Al Jazeera Inglês. "É um boom sônico".
Mas não parecia um boom ou estrondo sônico. Parecia "um pouco mais forte", lembra Moheyldin. E em poucos segundos, houve uma outra explosão. Desta vez, os habitantes de Gaza começaram a correr pelas ruas. As mensagens de texto apitavam. Os jornalistas perceberam que os estrondos eram ataques aéreos israelenses.
E começaram a trabalhar.
Em Gaza, na redação da Al Jazeera, Mohyeldin e Tadros eram os responsáveis por relatar a guerra minuto a minuto. Eles eram os únicos repórteres na Cidade de Gaza que trabalhavam para um canal de notícias em Inglês. A maioria das outras organizações noticiosas ocidentais tinham seus repórteres sediados em Jerusalém.
"A exclusividade de estar na Faixa de Gaza é sem dúvida uma prova da qualidade da Al Jazeera ... e uma prova de como os meios de comunicação ocidentais ignoram a história [de Gaza]", disse recentemente Mohyeldin em um painel de discussão na Universidade de Georgetown em Washington, D.C. "Grandes organização de notícias ocidentais não consideram a história de Gaza importante o suficiente, interessante o suficiente, pitoresca ou digna do risco de segurança para manter seus correspondentes lá ", acrescentou. "Acho que eles finalmente pagaram o preço por essa negligência".
Enquanto Mohyeldin se concentrava em relatar as notícias em tempo real, Tadros estava ocupada cobrindo a experiência civil de Gaza. Através de reportagens de hospitais, escolas e telhados, o casal documentou uma perda maciça de vidas, mas também esperança e luta.
"Minha função era contar a história humana, indo para o campo de batalha e falando com as pessoas", afirmou Tadros (na foto à direita), que acompanhou Mohyeldin e Josh Rushing do Al Jazeera no painel. "Nós tentamos trazer isso mais perto das pessoas. Tentamos dar uma visão de como era a vida no interior desse território por 23 dias quando você não podia sair e bombas estavam caindo em torno de você".
A informação exclusiva de dentro de Gaza deu à Al Jazeera Inglês uma indicação ao prêmio internacional de notícias Emmy no início deste ano. A nomeação veio durante críticas à rede Al Jazeera por mostrar imagens impactantes das guerras no Iraque e em Gaza.
"Nós não fornecemos apenas a imagem de seis corpos, mas da pessoa que fez isso", afirmou Tadros. "Esse é o poder que a Al Jazeera tem".
Para saber mais sobre a cobertura da Al Jazeera durante a guerra entre Israel e Gaza, visite (em inglês) http://english.aljazeera.net./focus/war_on_gaza/