É óbvio que a indústria jornalística está passando por um período incerto; como superar a crise é muito menos claro.
O mal-humorado analista Alan D. Mutter, um ex-editor e colunista, que agora trabalha como consultor de mídia, tocou num ponto importante sobre o por quê as pessoas que escrevem profissionalmente estão fazendo poucas contribuições para entender qual será o futuro do mundo das notícias.
O principal problema?
Jornalistas fazem monólogos sobre o jornalismo. Em vez de tratarem o tema como uma boa matéria -- reunindo múltiplos pontos de vista de pessoas envolvidas -- eles conversam entre eles sobre o que fazer a seguir, com resultados previsivelmente míopes.
"Aqueles de nós preocupados com o futuro do jornalismo precisam entender o mercado de hoje em seus próprios termos," Mutter escreveu. "Em vez de depender de intuição e pensamentos ilusórios, precisamos de pesquisa confiável e dados objetivos para chegar a novos formatos relevantes e fóruns para o jornalismo."
Mutter observou que para chegar a qualquer lugar, as discussões sobre o jornalismo precisam incluir as pessoas que compram ou consomem mídia (o público em geral), as "outras" pessoas envolvidas (o pessoal de tecnologia) e as pessoas que vendem o produto ou colocam dinheiro nele (marketing, publicidade, investidores.)
"Para construir a próxima geração do jornalismo, vamos precisar de toda a ajuda que podemos obter. E isso significa trazer muito mais jogadores para a mesa que os suspeitos de costume que frequentam boa parte das discussões."
Uma rápida olhada em alguns os paineis de algumas conferências recentes sobre o futuro do jornalismo confirmam seu ponto: são mais monólogos de jornalistas e editores que diálogos com o resto do ecossistema de mídia.
Via Reflections of a Newsosaur
Imagem: Leitor de livro do futuro (edição de abril de 1935 da "Everyday Science and Mechanics") via Smithsonian