A rede de contatos, um bom "networking", é uma necessidade diária do jornalista: entrevistas com fontes, especialistas ou personagens são sempre uma oportunidade para estender a rede. E esses contatos ainda podem te ajudar também a conquistar uma nova vaga no mercado. Mas como?
Foi por meio da construção dessa rede que Rodrigo Fragoso, do TNT Sports, conseguiu participar da seleção da atual vaga que ocupa. “Eu fui convidado a fazer um teste para narrar num projeto por meio de uma produtora que já havia trabalhado comigo em outro momento. O coordenador gostou e ofereceu um teste na reportagem, quando uma vaga abriu. Era justamente onde eu gostaria de atuar”, lembra o repórter, na empresa desde 2013.
Desde o estágio ou freela, os profissionais precisam estar atentos em quem encontram pelo caminho. Se a pessoa é íntegra, proativa e esforçada dificilmente não será lembrada por colegas e superiores. “É importante ganhar experiência, ser visto, notado e fazer networking”, indica Fragoso.
Criando conexões nas redes
Fazer conexões profissionais pode parecer desafiador para focas que ainda não passaram por experiências, mas não precisamos ir muito longe para ampliar nossa rede. Psicóloga do trabalho especialista em comunicação, Shana Wajntraub vê as redes sociais como aliadas e enfatiza a importância da utilização de plataformas de networking. “O LinkedIn, por exemplo, é uma ótima alternativa para quem ainda não conseguiu consolidar contatos no mercado.”
O LinkedIn existe especificamente para conectar perfis profissionais de empresas e pessoas. Você pode usá-lo para divulgar trabalhos, projetos e resultados e para procurar um novo emprego. “Devemos lembrar que não basta apenas ter o aplicativo baixado no celular, é importante alimentar a rede e interagir com outros profissionais”, ressalta a especialista.
Foi exatamente pelo LinkedIn que a jornalista Tatiane Ferreira conseguiu a vaga atual na assessoria da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). “O LinkedIn me ajudou a ampliar o networking para além dos limites geográficos. Além de interagir com outros profissionais, eu publico, sempre que posso, resenhas e algumas matérias que produzi.” Érick Cirqueira usa a plataforma todos os dias.“Entrar no aplicativo para acompanhar temas ligados à carreira profissional acabou se tornando um hábito diário. Minha conta hoje tem mais de 15 mil seguidores e amplio, cada vez mais, minha rede de contatos”, relata.
Rebeca Borges, do portal Metrópoles, é uma das focas que aproveitou as ferramentas de networking para entrar no mercado de trabalho. Antes de se formar em jornalismo e começar a trabalhar como repórter em 2021, ela estagiou no veículo por dois anos e manteve laços com os colegas. “Consegui a vaga por indicação. Conhecer pessoas que trabalham na empresa e já ter atuado como estagiária no local foi muito importante”, lembra.
As conexões podem começar, inclusive, na própria faculdade. Uma dica é conversar com as pessoas da turma e saber, por exemplo, onde estagiam, qual área planejam trabalhar ou se estão sabendo de alguma vaga. Mais do que criar, é importante manter a rede. Essa é a tarefa mais difícil. Por isso, vale checar o celular para ver se aquele antigo colega ainda está entre os contatos. Ou então, rever os e-mails dos antigos professores – eles podem ser uma boa ponte com o mercado.
Indicação não é tudo
Conhecer pessoas do setor e ser indicado para uma vaga é um grande diferencial, mas não pode ser usado como fator principal. O desempenho no processo seletivo e como você se vende para os contratantes continua sendo, na maioria das vezes, a parte mais importante na tentativa de uma vaga.
“De nada adianta conhecer muitas pessoas, ter um networking grande, e não ser competente. É preciso ser lembrado pela sua competência”, comenta Rodrigo Fragoso. Para o jornalista, as conexões o ajudaram a ser lembrado. “Em vários locais onde trabalhei, eu conhecia alguém que poderia me avisar da vaga e também me indicar para a seleção", diz Fragoso. "Mas jamais passei apenas por indicação. Em todos os locais onde trabalhei, precisei fazer ao menos um teste antes do aperto de mão.”
Processo seletivo
Psicóloga organizacional, Patrícia Renata Barbosa aponta para três "As" que devem ser lembrados durante um processo seletivo: autenticidade, autoconhecimento e atitude.“Em uma entrevista, uma boa característica é a atitude. Você precisa demonstrar o que sabe fazer e estar disposto a aprender com quem já sabe. Também são necessários autoconhecimento e autenticidade, porque você precisa vender o seu peixe e deixar claro no que vai agregar e no que precisa desenvolver”, destaca Barbosa.
Wajntraub ressalta a importância de demonstrar interesse pela empresa e pela vaga fazendo uma pesquisa prévia sobre o local. “Independente de indicação, entenda quem participará da sua entrevista e esteja preparado. Conheça o perfil do entrevistador e, claro, estude a empresa.” Ela elenca cinco dicas valiosas para uma entrevista de emprego:
1. Seja sincero. Afinal, a escolha será de ambos os lados;
2. Planeje um discurso sobre o seu currículo e experiências alinhado com a expectativa da vaga;
3. Entenda quem participará da sua entrevista. Conheça o perfil do entrevistador e estude a empresa;
4. Ensaie e, caso seja on-line, confira a conexão de internet;
5. Prepare perguntas sobre a vaga e o local de trabalho.
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