A cada mês, a IJNet apresenta um jornalista internacional que exemplifica a profissão e usa o site para promover sua carreira. Se você gostaria de ser apresentado, envie um e-mail com uma curta biografia e um parágrafo sobre como usa os recursos da IJNet, aqui.
Aos 27 anos Tais Gadea Lara tem diversos trabalhos de jornalismo.
A jornalista ambiental argentina é editora do Ecomania e do blog Sustentator, freelancer para La Razón, La Nación e Cosmopolitan Argentina e apresentadora do programa de rádio Ser Sustenable.
Tais conta que desde pequena sempre se sentiu ligado ao meio ambiente em vez de coisas materiais. Quando ela estudou comunicações, percebeu que poderia mudar a maneira como as pessoas tratavam seus arredores, reportando os efeitos humanos sobre o meio ambiente. No ano passado, ela se tornou uma Climate Reality Leader como parte de um programa de treinamento do Climate Reality Project do ex-vice-presidente Al Gore no Rio de Janeiro.
Ao mesmo tempo que tem uma paixão pelo meio ambiente, ela faz ocasionalmente reportagens sobre empreendedorismo, viagem e comida.
Como você se tornou apaixonada por reportagens ambientais?
A partir de um artigo que escrevi sobre design sustentável, conheci empresários que dedicam seu tempo ao fornecimento de soluções para os problemas ambientais. Reconheci que, como comunicadora, eu também poderia fazer algo para efetuar a mudança. Desde então, comecei a escrever sobre questões ambientais e foquei especificamente na mudança climática.
Eu acredito que a comunicação é a chave para fornecer informações para as diversas partes interessadas para contribuir para a sensibilização e consequente promoção da mudança de comportamento. E isso não é uma tarefa fácil. Jornalistas ambientais são desafiados a comunicar não só sobre os problemas, mas também temos de divulgar o que os diferentes atores (público, privado, social) estão fazendo contra a mudança climática. Nós temos que não alarmar os leitores para uma perspectiva apocalíptica. Temos que apresentar uma reportagem sobre as causas, características e consequências dos problemas que estão afetando nosso planeta, mas também temos de mencionar que, como nós somos responsáveis pelo dano real, ainda está em nosso poder promover uma mudança positiva.
Quais problemas você discute no "Ser Sustentable" e como você se envolveu com rádio? Além disso, como os leitores da IJNet podem ouvir o programa?
A vantagem de estudar comunicações é que você pode aprender sobre as diferentes áreas de mídia, incluindo rádio. Minha primeira experiência de trabalho em um estúdio de rádio foi como assistente de produção. Ser assistente me permitiu conhecer a "cozinha" de um programa de rádio. Eu aprendi como [um programa de rádio] funciona jornalisticamente e tecnicamente.
Quando comecei a trabalhar na Sustentator, a mesma equipe me convidou para participar como co-anfitriã do Ser Sustentable, um programa de rádio que debate diferentes temas relacionados à sustentabilidade, meio ambiente e responsabilidade social das empresas através de entrevistas com os agentes envolvidos. O objetivo é fornecer informações sobre temas atuais com diferentes perspectivas e convidar os ouvintes a participar. O show vai ao ar às terças-feiras entre 13:00 e 14:00 hs (hora de Buenos Aires) na rádio 94.7 FM Palermo, e convido os leitores da IJNet a escutar ao programa online pelo nosso site.
Como a IJNet ajudou você?
A IJNet ajudou a melhorar a minha formação como jornalista. Através de seus artigos, a IJNet me permite acessar informações e ferramentas úteis que posso usar na minha profissão, especialmente no que diz respeito ao uso de novas tecnologias. Isso me ajuda a entender como blogar eficazmente e aprender mais sobre os riscos e a importância da proteção de dados. A IJNet abre as portas para um mundo de conhecimento e oportunidades anteriormente desconhecidas que me permitiu começar a aplicar para bolsas de estudo, prêmios e oportunidades de crescimento em diferentes partes do mundo.
A IJNet também me inspira ao me apresentar outros profissionais incríveis que têm paixão por causas nobres. Tal foi o caso com Nicole Froio e suas reportagens importantes sobre os direitos das mulher e Amie Ferris-Rotman, que mostrou que as mulheres são a chave para reportar eventos históricos, como os conflitos no Afeganistão.
Que conselho você daria a aspirantes a jornalistas ou estudantes de jornalismo?
Gabriel García Márquez disse uma vez que há três coisas que devem sempre acompanhar um jornalista: habilidades vocacionais, ética e pesquisa, não como uma especialidade, mas como condição de qualquer gênero.
Ser jornalista é uma profissão que exige formação e especialização em relação ao aumento constante de novas tecnologias e redes sociais, e os desafios que isso coloca para a reportagem. Mas ser um jornalista é também uma arte que vai além de ter um emprego; Você é um jornalista. Você vive todos os dias com esse interesse inato para investigar, comunicar e divulgar [informações].
Isso pode ser feito com treinamento, mas você também precisa de paixão. Como eu encontrei a minha felicidade no jornalismo ambiental, eu sugiro que você siga o que lhe interesse.
Citando García Márquez, ser jornalista é o melhor trabalho do mundo, e o mundo precisa de jornalistas treinados, comprometidos e éticos.
Imagem principal de Tais Gadea Lara cortesia da jornalista