Jornalista do mês: Hannah Ojo

por Alanna Dvorak
Oct 30, 2018 em Jornalista do mês

A cada mês, a IJNet apresenta um jornalista internacional que exemplifica a profissão e usa o site para promover sua carreira. Se você gostaria de ser apresentado, envie um e-mail com uma curta biografia e um parágrafo sobre como usa os recursos da IJNet, aqui.

Quando Hannah Ojo estava se formando pela Universidade Obafemi Awololo em Ile-Ife, na Nigéria, ela ficou em dúvida se ia seguir com jornalismo ou relações públicas.

"Por um tempo, fiquei desencorajada", Hannah contou. "As pessoas me disseram: 'Você vai para jornalismo? Não vai ganhar muito dinheiro.'"

Mas, no final, a capacidade de dar voz às pessoas e potencialmente estimular uma mudança motivou Hannah.

"O poder e a influência da palavra escrita: é isso que me ajudou a abraçar o jornalismo", ela disse.

E Hannah mergulhou de cabeça na sua carreira escolhida.

Desde 2015, ela trabalha para o Nation, um jornal diário em Lagos. Comprometida em aperfeiçoar seu ofício, Hannah busca constantemente novas oportunidades, prêmios e bolsas de estudo. Em 2015, depois de encontrar a oportunidade na IJNet, ela obteve um primeiro gostinho de reportagem internacional como bolsista ONU/SDG da Thomson Reuters, viajando para Nova York para cobrir a 70ª Assembléia das Nações Unidas. No início deste ano, ela ganhou uma bolsa de reportagem da ImpactAFRICA para informar sobre a segurança da água em Lagos. Mesmo durante sua entrevista, Hannah estava no meio da Bolsa News Corp do ICFJ para jornalistas africanos.

Conversamos com Hannah sobre sua paixão pelo jornalismo, a importância da tecnologia e dos dados e o futuro das notícias na Nigéria.

IJNet: O que a fez decidir ser jornalista? E quando decidiu?

Hannah Ojo: Quando entrei na universidade, havia uma página chamada Campus Live, onde os alunos podiam escrever e publicar seus artigos no jornal nacional. Isso me ajudou a decidir, "Bem, isso é o que eu quero fazer". Eu vi o poder da mídia e o poder da caneta e isso ajudou minha decisão. Também tenho interesse em serviço público e isso também me ajudou a escolher ser jornalista. Eu estava pensando sobre a capacidade de não apenas escrever, mas ir a um lugar, fazer algum trabalho e ajudar a mudar uma situação. Você mantém o governo responsável por suas ações, chama a atenção e se torna uma voz para a sociedade.

Você faz muito trabalho orientado por dados e descreve-se como uma jornalista "tecnológica". Como a tecnologia e os dados informam suas reportagens?

Eu acho que uma das coisas que a tecnologia e os dados fizeram para a reportagem é conseguir colocar um rosto humano à enxurrada de números, especialmente quando se trata de reportar sobre problemas de desenvolvimento. Usar dados e recursos para apoiar sua reportagem realmente dá credibilidade a suas matérias aos leitores e estimula a ação do governo. Com a minha investigação sobre a indústria da água, usei algumas ferramentas interativas, como um mapa GPS e uma infografia, para criar dados interativos, que mostraram como a crise da água no estado é tão crítica. Estou fascinada pela tecnologia e sua capacidade de mudar o mundo e dar ao jornalismo um novo impulso. É uma ótima coisa para o jornalismo na África. E na minha redação, quero garantir que comecemos a ver as notícias digitais não apenas como uma opção para o jornalismo impresso, mas como a parte principal. Precisamos investir em habilidades e talentos jovens e investir em ideias fantásticas para que não ficarmos para trás.

Você colabora com outras organizações, como as Naija Data Ladies e BudgIT. Qual tem sido o benefício para você?

Tem sido um desafio pois tenho outros trabalhos como jornalista, mas foi uma benção. As Naija Data Ladies me mostraram novas formas de cobrir desenvolvimento e saúde. Isso me deu uma oportunidade de aprender novas ferramentas. Eu nunca imaginei que poderia fazer qualquer coisa com a análise de dados; geralmente tenho medo de números. Mas pessoas me ensinaram e tive a oportunidade de ter uma aula individual com uma das Ladies. Aprendi coisas como desenvolver meus próprios mapas e gráficos no Atlas. Foi uma grande coisa para mim e me deu uma confiança tipo, "Uau, posso fazer coisas bacanas."

Que conselho você daria a jornalistas jovens?

O conselho que tenho é: siga em frente Não desanime. Não se trata de ganhar dinheiro mas de ser uma voz na sua geração. Nenhuma quantidade de dinheiro pode realmente se comparar a isso. Quando você pega sua caneta e escreve alguma coisa, está dizendo a verdade e gerando uma mudança. Como qualquer jovem, especialmente em países em desenvolvimento como na África, você precisa ser determinado. Vá atrás de seus sonhos. Se seguir seus sonhos, as coisas vão acontecer.

Esta entrevista foi resumida e editada.

Imagem cortesia de Hannah Ojo.