A cada mês, a IJNet apresenta um jornalista internacional que exemplifica a profissão e usa o site para promover sua carreira. Se você gostaria de ser apresentado, envie um e-mail com uma curta biografia e um parágrafo sobre como usa os recursos da IJNet aqui.
A jornalista do mês, Namrata Acharya da Índia, é correspondente especial para um jornal financeiro em Kolkata. Através da IJNet, Acharya ganhou uma bolsa de reportagem e encontrou um curso de formação sobre redação de notícias de negócios e financeira.
IJNet: Onde você trabalha agora e onde trabalhou antes?
Namrata Acharya: Eu sou uma correspondente especial com foco no sector bancário para o Business Standard, um jornal financeiro em Kolkata, na Índia. Trabalho no jornal há cinco anos e especializada na área de microfinanças e bancária. Antes disso, trabalhei como sub-editora no Financial Express, um outro jornal em Delhi, por oito meses.
IJNet: Como a IJNet lhe ajudou?
NA: Eu acho que a IJNet é um site muito útil para jornalistas, principalmente aqueles que querem explorar as oportunidades infinitas entre as nações no mundo do jornalismo. Através da IJNet, eu tive a chance de participar de dois programas de formação em jornalismo. Primeiro foi o curso de cinco dias sobre redação financeira patrocinado pela Thomson Reuters Foundation, em Londres, seguido por um módulo de aprendizagem online. O segundo foi uma bolsa de dois meses do World Press Institute Fellowship nos Estados Unidos. Ambas oportunidades ajudaram a informar-me sobre as normas globais de reportagem e ampliaram meus horizontes como jornalista. Eu sou realmente grata à IJNet por listar tais oportunidades excelentes no site.
IJNet: Como você tem ideias de pauta?
NA: Jornalismo financeiro é uma proposição complicada. Por um lado, o jornalista é obrigado a revelar a verdade. Por outro lado, ela ou ele é constantemente confrontado com muros enormes como a comunicação corporativa e as empresas de relações públicas. Em tal situação, o jornalista de negócios deve manter um bom equilíbrio entre respeito, verdade e objetividade. Assim, para obter ideias de pauta, é preciso olhar além do óbvio, decifrar um simples fato escondido nos balanços complexos e verificar com absoluta certeza.
Na verdade, eu tenho ideias de pauta em todos os lugares, como de um anúncio incomum de um sistema de pequenos empréstimos no caminho do trabalho, escutando uma conversa informal entre estranhos em transportes públicos ou a partir de fatos escondidos em notícias corporativas.
IJNet: Qual foi seu melhor trabalho até agora?
NA: Até agora a minha melhor matéria foi sobre como o eleitorado vencedor do ministro das finanças ministro da Índia, Pranab Mukherjee, tem deixado de lado os sistemas de crédito organizado. Foi interessante porque desde quando Mukherjee se tornou ministro, os bancos estão competindo uns com os outros na abertura de filiais na região. Ainda assim, a maioria dos povos rurais da região evita bancos e prefere instituições de microcrédito, mesmo à custa de pagar o dobro da taxa de juros de um banco. A matéria me deu a oportunidade de misturar minha paixão pelo jornalismo sobre questões de desenvolvimento com mey conhecimento do sector bancário. Eu fiquei feliz por poder basear a história em números sem torná-la uma leitura maçante.
IJNet: Que conselho você daria a quem aspira ser jornalista?
NA: Sinto que há uma linha tênue que divide, em vez de misturar, o trabalho de um repórter e de um jornalista. Enquanto reportagem significa a apuração e apresentação de notícias, jornalismo se trata de misturar a notícia com compreensão, análise e ainda apresentá-la da forma mais objetiva. Acho que aspirantes a jornalista devem identificar suas áreas de interesse no início da carreira e buscar especialização a tal ponto que evoluem como jornalistas experientes, ao invés de apenas repórteres ou apuradores de notícias.