A cada mês, a IJNet apresenta um jornalista internacional que exemplifica a profissão e usa o site para promover sua carreira. Se você gostaria de ser apresentado, envie um e-mail com uma curta biografia e um parágrafo sobre como usa os recursos da IJNet aqui.
A jornalista do mês, Lin Meilian da China, é repórter sênior do Global Times, um jornal chinês de língua inglesa, com sede em Pequim.
Ela fez mestrado em jornalismo internacional, cobriu zonas de guerra na Líbia e fez freelance para publicações como o New York Times. Através da IJNet, ela ganhou uma bolsa do World Press Institute e participou de um curso de reportagem da Reuters, em Londres.
IJNet: Como a IJNet lhe ajudou?
Lin Meilian:A IJNet tem mil e uma utilidades para mim. Tem tudo que eu preciso: oportunidades, recursos e dicas. Sou ateia, mas digo que uso o site o todos os dias religiosamente. Isso me ajuda a reunir informações de oportunidades de formação, me diz que nova tecnologia que pode tornar meu trabalho mais fácil (por exemplo, como fotografar melhor com um iPhone) e sessões de discussão que muitas vezes me estimulam a ter pensamentos mais profundos sobre a profissão.
IJNet: Como você tem ideias de pauta?
LM: Costumo ter ideias de pauta a partir da Internet ou minhas fontes. A sociedade em rápida mudança na China permite que jornalistas chineses exerçam seus pontos fortes, tais como a capacidade de encontrar histórias excêntricas que abordam temas sérios que afetam grandes parcelas da população. Com mais de 400.000 fãs na minha conta de Sohu Weibo, a versão chinesa do Twitter, muitas vezes recebo dicas e fontes dos meus fãs. Além disso, lendo a discussão deles, eu tenho uma melhor compreensão do que meus leitores gostariam de ler.
Muitas vezes faço um perfil daqueles que são muito ativos e controversos na Internet. Por exemplo... um professor assistente que foi apelidado pelos internautas de "principal representante do partido de 50 centavos", um termo pejorativo não oficial para comentaristas de Internet contratados pelo governo para postar comentários que favorecem as políticas governamentais e que são alegadamente pago 5 mao (50 centavos em yuan) por post.
IJNet: Qual foi seu melhor trabalho até agora?
LM: Nos meus sete anos como jornalista cobrindo zonas de conflito e em casa, é difícil encontrar uma melhor história, pois muitas delas não foram fáceis de apurar em um país cheio de barreiras jornalísticas. Minhas reportagens provenientes da China são apenas minhas reportagens. Eles vieram diretamente de minhas experiências. Um correspondente norte-americano pode ver a China de uma maneira diferente.
A verdade é que nenhuma matéria é a história completa. Espero que nossos leitores possam encontrar uma versão chinesa da história. Por exemplo, na minha história sobre exilados tibetanos, eles enfrentam um futuro incerto sobre como Dharamsala vai lidar com a era pós-Dalai Lama. Os leitores podem ter uma versão diferente de Dharamsala. Algumas histórias são difíceis de escrever, algumas são difíceis de esquecer.
IJNet: Que conselho você daria a quem aspira ser jornalista?
LM: Não basta sentar-se atrás da mesa e achar que sabe tudo. Vá para a rua e conheça pessoas interessantes. Leia uma nova revista por mês, você pode encontrar algo que o surpreenda.
IJNet: Houve algum programa de formação ou escola que lhe foi particularmente útil?
LM: Eu participei de um curso de reportagem de uma semana em Londres na Thomson Reuters em março do ano passado, onde aprendi habilidades de alto nível jornalístico e práticas profissionais em diversos aspectos.
A bolsa do World Press Institute que recebi no verão passado foi uma viagem de abrir os olhos para os Estados Unidos. Desde que voltei dos EUA, fui convidada para falar em universidades diferentes, como representante da versão inglesa do Global Times, incluindo a Universidade de Pequim, a Universidade Central de Finanças e Economia e outros. Eu compartilhei minha experiência como repórter na zona de guerra na Líbia e minha visão sobre a mídia americana e o jornalismo chinês com os alunos.