O conceito por trás da plataforma digital HackDash é simples, mas poderoso: juntar pessoas a ideias e permitir saber em que estado está cada projeto.
A ideia surgiu quando eu estava na correria organizando o Hacks/Hackers BA Media Party no ano passado.
Por quê? Quando se trabalha em projetos colaborativos, é sempre difícil saber o que os outros membros da equipe estão fazendo. Mais tarde, torna-se difícil lembrar com quem a gente trabalhou, onde os dados foram utilizados e onde ficou o protótipo.
Esses problemas são resolvidos com o HackDash, uma plataforma desenvolvida em colaboração com participantes do regulares Hacks/Hackers Buenos Aires. O HackDash pretende se tornar um padrão para a colaboração produtiva em projetos inovadores para a América Latina.
Como parte do meu projeto do Knight International Journalism Fellowship, estou ajudando a incentivar a sua adoção entre os inovadores da mídia global. A ferramenta é gratuita e de código aberto. O registo é simples e fácil de começar: vá para HackDash e organize a sua própria hackatona, crie seu projeto e convide colaboradores.
O próprio HackDash é um exemplo de trabalho colaborativo. Tudo começou como uma ideia que mencionei no Twitter e se tornou real após longas horas de codificação pelo programador Dan Zajdband, seguido pelo trabalho de mais desenvolvedores e designers. Em 1° de setembro do ano passado, no dia da hackatona da Media Party, a plataforma destinada a organizar as ideias tornou-se um projeto em si.
Poucos dias depois, alguém comprou o domínio hackdash.org e doou para a causa. De quem é a ideia? De quem é o código? Ninguém, e isso é o que faz de um projeto aberto como esse uma meritocracia. Como Mitchell Baker do Mozilla me disse em uma entrevista para a Página 12 no ano passado, as pessoas tendem a gravitar em torno de qualidade. As pessoas são livres para escolher a quem seguir e costumam querer trabalhar com pessoas talentosas que vão fazer um ótimo trabalho.
Desde então, o dashboard foi usado em várias reuniões e promete tornar-se uma plataforma global para o trabalho colaborativo. Após a Media Party, foi utilizado na reunião do Node.js na Argentina, no DataFest do La Nación e por nossos colegas Hacks/Hackers no Chile, que se inspiraram para construir um projeto semelhante, usando um tema de WordPress. Nós também estivemos perto de implantá-lo no TechCamp de Zanzibar durante o African News Innovation Challenge, organizado por Justin Arenstein, outro bolsista Knight.
Lançamos uma versão melhorada em março, e depois, durante a recente hackatona de D3.js estreamos a plataforma "auto-instalável" ( veja o código aqui), que já tinha duas forks (versões).
Uma delas é a plataforma HackDash Auth0 que liga o HackDash com o Google Apps, e a outra é o GovLab, uma versão que o governo da cidade de Buenos Aires tem usado experimentalmente. A cidade usou na semana passada em mais de 30 projetos e planeja usá-lo para sua próxima maratona hacker. A empresa NXTP Labs, um acelerador de tecnologia com sede em Buenos Aires, está criando sua própria versão para encontrar novos talentos. O Mozilla Open News e os organizadores da conferência do Global Editors Network em junho também estão pensando em usá-lo. Tudo isso é a prova de que a cultura aberta também está permeando reuniões produtivas.
Mariano Blejman, bolsista do Knight International Journalism Fellowship, é um editor e empreendedor especializado em jornalismo de dados..