Em tempos de alto risco para jornalistas, é importante ter um planejamento cuidadoso, especialmente para freelancers. Os recursos de avaliação de risco fornecidos pelo Rory Peck Trust (RPT) em Londres têm o potencial de salvar vidas.
Estas ferramentas são gratuitas, de fácil acesso online e levam apenas alguns minutos para aprender. O kit de ferramentas aborda questões vitais a serem consideradas no planejamento de missões em zonas de alto risco.
Há um bônus: Depois que os jornalistas preencherem estes formulários, todas as informações podem ser apresentadas em um único lugar. Os contatos designados terão tudo o que precisam saber em caso de emergência.
Isto é particularmente importante para os freelancers que muitas vezes não têm os mesmos recursos e apoio que os profissionais de mídia em tempo integral. Aqui está uma breve visão geral do kit de ferramentas.
Plano de avaliação de risco
Preencher o modelo de avaliação de risco é o primeiro passo. Isso inclui um esboço da reportagem, localização e cronograma preliminar. Aborda riscos específicos, planos de viagem, saúde/questões médicas, seguros, colaboradores, equipamentos de proteção e acomodações.
Uma série de perguntas ajuda os jornalistas a avaliar os riscos:
- Você está trabalhando em um tema delicado? Se assim for, o que é e por que é delicado?
- Você está cobrindo uma região de alto risco? Descreva a localização, atividade ou evento.
- Quem você vai encontrar? Eles podem estar sendo vigiados e vão estar em risco se falarem com você?
- A sua segurança vai ser ameaçada por falar com pessoas específicas e visitar ou trabalhar numa área específica?
- Você vai ter um risco maior por causa de seu sexo, idade, etnia, crença religiosa ou nacionalidade?
- E quem vai acompanhar você?
Os entrevistados são convidados a circular os riscos que podem enfrentar. A lista inclui forças abusivas de segurança, milícias, gangues, vigilância eletrônica, bombas de beira de estrada, hostilidade cultural, guerrilha, ataques terroristas, sequestros, conflitos armados, doenças infecciosas e esquadrões da morte.
O RPT oferece o seguinte conselho: "Ao trabalhar em sua pesquisa de avaliação de risco, consulte tantas fontes quanto possível para se certificar de que você compreende a natureza das ameaças e de que forma podem ser minimizadas. Jornalistas, ONGs, ativistas e agências governamentais serão todas capazes de ajudar com isso. Relatórios online e guias também são úteis."
Plano de comunicação
A estratégia de comunicação é uma parte vital de qualquer avaliação de risco, especialmente para aqueles que estão operando sozinhos.
Um artigo no site do RPT adverte que isso muitas vezes é "uma fraqueza entre freelancers --especialmente aqueles que trabalham em viagens e trabalhos autofinanciados. Com quem você fica em contato com quando trabalha sozinho? Mas são os freelancers que precisam de um plano de comunicação, mais do que a maioria -- caso contrário, é muito fácil cair em um buraco negro, se algo der errado."
Para elaborar um plano sólido, os jornalistas devem responder: Quantas vezes você precisa se comunicar com o seu contato chave? A cada 12 horas, 24 horas? Através de que métodos? Telefone, e-mail ou SMS? Avalie se estes métodos vão funcionar; use senhas nas comunicações casos sejam monitoradas ou comprometidas.
Quem vai monitorar a sua reportagem e quem irá responder a um pedido de socorro?
Comprovante de vida
Este contém informações confidenciais que podem ser usadas para confirmar se uma pessoa ainda está viva em caso de sequestro, rapto ou detenção.
Jornalistas devem escrever quatro perguntas conhecidas somente por eles ou alguém próximo a eles e designar qual membro da família deve ser comunicado em primeiro lugar e por quem. Há um lugar no modelo para pedidos especiais aos membros da família.
Você pode ver uma lista de todos os recursos do RPT para freelancers aqui (em inglês).