Encontrando jóias escondidas no banco de dados da Universidade de Nova York

por Nicole Martinelli
Oct 30, 2018 em Jornalismo investigativo

Se você é um jornalista à procura de inspiração ou dados para uma matéria investigativa ou é um pesquisador de comunicações cansado de examinar microfilmes, confira o Undercover Reporting Database.

A Universidade de Nova York (NYU) lançou recentemente o banco de dados, registrando o jornalismo disfarçado desde 1800 -- uma história vital do muckraking (o jornalismo-denúncia) nos Estados Unidos.

Trata-se de um projeto conjunto da professora Brooke Kroeger do Arthur L. Carter Journalism Institute e da Divisão de Bibliotecas da universidade. O lançamento do site coincide com a publicação do livro de Kroeger, "Undercover Reporting: The Truth about Deception" (em tradução livre, "Reportagem Disfarçada: A verdade sobre enganar").

Comece lendo atentamente a coleção com o capítulo sobre Nellie Bly, pseudônimo da pioneira jornalista americana, Elizabeth Jane Cochrane. Seu trabalho inovador incluiu ir disfarçada a um asilo para doentes mentais em 1887, sobre o qual você pode ler mais no site e baixar um PDF, juntamente com outras reportagens, como uma sobre o famoso escândalo da compra de bebês.

O banco de dados pode ser pesquisado ​​por escritor, publicação, tópico ou tática secreta -- incluindo infiltrações em prisões, seguindo migrantes e disfarces. O banco de dados também desenterra artigos não assinados e revela os escritores por trás deles, um benefício para os pesquisadores.

Contudo, alguns pontos devem ser mencionados: o design básico do site pode ser difícil de navegar -- há pouca diferença visual entre tags e links, por exemplo, e os grupos organizados por tópico podem ser confusos. Alguns dos artigos digitalizados em formato PDF são difíceis de ler, embora possam ficar melhores se forem imprimidos.

Jornalistas que procuram inspiração vão encontrar muita coisa -- de uma avó disfarçada expondo fraude no sistema americano de saúde à premiada investigação sobre o impasse no tráfego aéreo.

"Grande parte deste material estava enterrada em microfilme em bibliotecas individuais e, portanto, muito difícil de recuperar", disse Kroeger. "A maioria dos arquivos de jornais digitalizados não vai além dos anos oitenta e noventa, e mesmo naqueles que o fazem, é difícil pesquisar sem detalhes exatos do artigo que você está procurando."

Imagem: Morguefile