A mídia social continua sendo uma fonte dominante de notícias para os consumidores em muitos países, superando os jornais em 2018 nos EUA, onde 45 por cento das pessoas recebem notícias do Facebook. Os provedores de notícias precisam de qualquer vantagem que possam para competir em um momento de lucros decrescentes e notícias falsas.
Não é de se admirar, portanto, que a terceirização do gerenciamento de conteúdo seja agora vista como uma opção cada vez mais viável para redações digitais.
Jesse Knight, que passou mais de sete anos construindo a primeira plataforma internacional para a Vice Media, recentemente fez um chamado para uma plataforma de publicação comum, argumentando que permitiria que os meios de notícias usassem seus recursos de forma mais estratégica: “Se as empresas puderem deixar de lado suas (consideráveis) diferenças e usar uma única plataforma de publicação, poderiam se organizar coletivamente para vencer o Facebook.”
A Nordot é uma joint venture com sede em Tóquio, lançada em abril de 2015, com o apoio das maiores empresas de notícias do Japão, a Kyodo News Digital e Yahoo Japão. Opera exatamente no tipo de modelo que Knight propôs: uma plataforma de publicação comum que oferece mais de 50.000 artigos de centenas de editores no Japão.
Conectando provedores com distribuidores
A Nordot reúne fornecedores de conteúdo e distribuidores para que ambos possam minimizar os custos e acaba de lançar uma versão em inglês do seu site.
Os principais veículos podem fornecer notícias sem custo, enquanto editoras menores podem alcançar um público muito maior, com ambos gerando receita publicitária, segundo a Nordot. A startup diz que o Kumamoto Nichinichi Shimbun, um jornal regional no sul do Japão, dobrou sua receita publicitária usando a Nordot, ao mesmo tempo em que aumentou seu público e reconhecimento de marca.
“Esta é uma plataforma completamente nova e não há outro serviço como este no Japão ou no exterior", diz Ryutaro Nakase, fundador e CEO da Nordot. "Reunimos produtores e distribuidores, antes separados, em uma nova forma de mídia.”
Em uma demonstração na Kyodo News, em Tóquio, Nakase mostrou como um jornal local em Kyushu, no sul do Japão, pode pesquisar temas populares na mídia japonesa, como artigos sobre filmes, esportes e animais de estimação. Adicionar os resultados a um feed ou website leva apenas alguns cliques.
“Pode ser difícil para provedores de conteúdo menores ou distribuidores trabalharem com os mais poderosos, por exemplo, um jornal regional menor pode enfrentar grandes obstáculos na venda de seus artigos para os sites agregadores maiores de notícias do Japão”, diz Nakase.
“Nossa plataforma pode ajudar a corrigir esse desequilíbrio. Além disso, os usuários não precisam negociar sobre o compartilhamento de conteúdo e a receita de anúncios.”
Crescente apelo regional e internacional
A Nordot diz que sua plataforma já tem cerca de 6 milhões de leitores. Cerca de 400 publishers estão usando a plataforma, a maioria dos quais são jornais regionais no Japão, como o Kyoto Shimbun, Kobe Shimbun e Hokkaido Shimbun.
Outros usuários incluem as principais marcas de mídia Quartz e Huffpost, sites de esportes e entretenimento como Rakuten NBA News e Cinema Today, além de sites focados em cidades estrangeiras como Nova York e Macau.
Os provedores podem armazenar seu conteúdo no serviço de nuvem da Nordot nos formatos CMS, RSS e API. Os editores podem procurar e selecionar o que desejam incluir em seus sites, aplicativos ou mídias sociais. O conteúdo também pode ser carregado automaticamente quando as palavras-chave são escolhidas.
Quando os usuários clicam em uma visualização, os artigos e gráficos aparecem em um pop-up no domínio Nordot com a marca do provedor no topo, links para o site do provedor e contas de mídia social, além de uma série de artigos sugeridos na parte inferior.
A receita dos anúncios que aparecem sob os artigos é alocada a 61,8 por cento para provedores de conteúdo e 38,2 por cento para os distribuidores, mas se nenhum distribuidor estiver envolvido, tudo vai para os provedores. Os provedores também podem atuar como distribuidores e receber 38,2 por cento. A Nordot cobra uma taxa de 19 por cento no final.
Vídeo cortesia da Nordot
Este artigo foi publicado originalmente no Splice e é reproduzido na IJNet com permissão.
Tim Hornyak é um jornalista freelance com base em Tóquio e autor de "Loving the Machine: The Art and Science of Japanese Robots".
Imagem principal sob licença CC no Pixabay via pixelcreatures