Dicas para remediar a desinformação sobre temas de saúde

por Fabiola Torres López
Jul 29, 2019 em Combate à desinformação
Salud con Lupa

De vídeos falsos no Facebook sobre tratamento do AVC a estudos falhos de vacinas, há uma epidemia de desinformação em torno de notícias de saúde. Eu acredito que o bom jornalismo é a cura.

É por isso que lancei o Salud con Lupa ("Saúde sob a lupa"), uma plataforma para jornalistas e especialistas em saúde da América Latina trabalharem juntos para melhorar a qualidade da informação sobre saúde pública.

Um dos nossos primeiros passos para alcançar esse objetivo é educar jornalistas e o público sobre como identificar notícias falsas sobre saúde. Aqui estão alguns sinais de alerta a serem observados:

Declarações não substanciadas

A maneira mais fácil de detectar uma matéria ruim de saúde é quando inclui afirmações sem fundamento. Por exemplo, frases como "os médicos não podem explicar, mas..." ou "um estudo científico mostra", seguidas de nenhum detalhe específico sobre o tipo de estudo ou limitações da pesquisa, devem imediatamente ligar seu sinal de alerta.

Histórias sobre "curas mágicas de saúde" geralmente se enquadram nessa categoria. Desconfie de qualquer artigo que diga que um novo tratamento funcionou em alguém sem fornecer nenhuma evidência de apoio. Novos medicamentos e terapias são submetidos a rigorosas pesquisas e testes antes de chegarem ao mercado. Deve haver depoimentos de sucesso de muitos pacientes — não apenas um ou dois — e documentação dos possíveis efeitos colaterais.

Falta de fontes confiáveis

Um artigo confiável deve conter informações de várias fontes e é importante confirmar que elas são confiáveis. Fontes confiáveis ​​comuns para notícias de saúde incluem: uma revista especializada, uma publicação oficial ou do governo ou um relatório de uma organização não governamental. Tenha cuidado se a informação vem de um site que não identifica seus autores.

Conflitos de interesses de especialistas

Artigos sobre saúde pública e medicina frequentemente incluem opiniões de especialistas que são entrevistados para corroborar um argumento, confirmar a interpretação dos dados ou fornecer contexto. É por isso que é importante verificar a reputação dos especialistas citados. Se os especialistas tiverem conflitos de interesse relacionados ao assunto, isso deve ser divulgado no texto.

Curas exageradas

Todos os dias, dezenas de artigos trazem avanços médicos e produtos farmacêuticos de primeira linha. Mais frequentemente, essas histórias oferecem a esperança de encontrar algo que funcione melhor do que a medicina convencional. No entanto, elas não são confiáveis se não forem transparentes sobre as evidências científicas, declarar o que dizem outros especialistas ou discutir quais limitações ainda existem.

Os 'superalimentos'

Cápsulas de sementes de chia, moringa, colágeno em pó e uma variedade de outros produtos são comercializadas em supermercados e lojas de alimentos saudáveis ​​como “superalimentos”. Em alguns casos, é verdade que esses alimentos podem ajudar a curar ou prevenir doenças crônicas, mas essas afirmações podem ser exageradas e não comprovadas cientificamente. Verifique a pesquisa antes de reportar sobre esses alimentos.

Websites amadores

Tornou-se comum para qualquer um criar blogs, canais do YouTube e sites para promover uma droga ou terapia. Entretanto, muitos desses sites não mencionam seus patrocinadores ou mostram evidências científicas do que afirmam ser verdadeiro. Nestes casos, a informação não deve ser confiável.


Fabiola Torres é bolsista Knight do ICFJ. Se você tiver interesse em saber mais sobre o Salud con Lupa ou em fazer uma parceria com a nova rede, envie um e-mail para info@saludconlupa.com.

Este post foi originalmente publicado no Salud con Lupa. Foi traduzido e republicado na IJNet com permissão.

Crédito da imagem principal vai para Salud con Lupa/Jugo Gástrico