Embora mais pessoas estejam reconhecendo o impacto das comunidades indígenas, as mudanças não estão necessariamente aparecendo nas reportagens tradicionais.
Desde 1937, o Dia de Colombo é designado como feriado federal nos Estados Unidos. No entanto, nos últimos anos, mais comunidades começaram a observar a segunda segunda-feira de outubro como o dia do povo indígena. Entre as cidades que fizeram a mudança estão Seattle, Minneapolis, Albuquerque, Denver, Cidade de Oklahoma e São Francisco, entre outras.
Apesar das mudanças, os repórteres indígenas e membros da comunidade ainda precisam educar os jornalistas.
Ex-presidente da Associação de Jornalistas Indígenas Americanos (NAJA, em inglês), Rhonda LeValdo ensina comunicação na Universidade Haskell de Nações Indígenas, em Lawrence, no Kansas. Ao trabalhar com jornalistas estudantes e não-indígenas, ela frequentemente os lembra de escolher cuidadosamente suas palavras para evitar o uso de frases culturalmente insensíveis que tenham entrado no jargão comum.
Algumas frases em inglês como "low man on the totem pole" [a pessoa mais baixa na hierarquia], "vamos fazer um powwow" [fazer uma reunião/encontro] ou "off the reservation" [ficar louco/sair do normal] não são aceitáveis e são frequentemente usadas no contexto errado, disse ela. "Eu tento garantir que meus alunos não usem estereótipos de outros grupos também."
Essa ênfase em evitar estereótipos também se estende à cobertura esportiva. Citando o impacto negativo na saúde mental de estudantes indígenas e não-indígenas, a Associação de Psicologia Americana publicou uma resolução em 2005, pedindo a retirada imediata de todos os mascotes, símbolos e imagens dos índios americanos.
Desde 1972, o Congresso Nacional dos Índios Americanos, a mais antiga e maior organização intertribal do país, pede à equipe da NFL de Washington, que mude seu nome e mascote. A NAJA pediu anteriormente a repórteres e editores que limitassem ou parassem completamente de usar nomes e logotipos de times esportivos que carregam tons descaradamente racistas.
Sarah Adams-Cornell é uma cidadã da Nação Choctaw de Oklahoma. Membro do Live Indigenous OK, ela estava entre os pais que pressionaram as Escolas Públicas da Cidade de Oklahoma a mudar o mascote em uma de suas escolas de ensino médio e parar de realizar encenações como uma maneira de ensinar a história do estado.
Em ambos os casos, ela disse que os repórteres dos veículos tradicionais muitas vezes se concentravam apenas na controvérsia e davam pouco destaque à questão e ao seu impacto nas comunidades nativas, enquanto as mídias que atendiam principalmente comunidades minoritárias examinavam a questão um pouco mais.
"Faça a devida diligência e não dependa sempre de comunidades de cor para educar você sobre o que deveria fazer", disse ela. "Se você quiser denunciar um problema, pergunte por que e como isso afeta nossa comunidade."
Ela incentiva repórteres a perguntarem aos membros da comunidade indígenas sobre os produtos ideais e as melhores situações possíveis. "Assuma que você não saiba as respostas e não confie apenas nas estatísticas", disse Adams-Cornell. "Há uma história muito maior que apenas os números para as comunidades de cor."
Dicas de apuração
Pergunte a fontes que reivindicam herança indígena qual é sua afiliação tribal e como querem ser identificadas. "Ao entrevistar alguém, pergunto qual é a sua preferência ao ser descrito", disse Benny Polacca, repórter sênior da Osage News. "Eu uso isso para argumentar ao editor o que o sujeito prefere."
Prepare-se para pedir detalhes adicionais, como quais das três tribos Cherokee reconhecidas pelo governo eles estão matriculados ou onde a tribo é sediada.
Não pergunte ou liste o “quanto” alguém tem de sangue indígena. Além disso, embora não seja educado ou relevante incluir o quanto de sangue indígena alguém tem, esse número é indicado por uma fração, não um ponto decimal.
Não iguale a herança tribal à cidadania tribal. Cada tribo soberana tem o direito de estabelecer seus próprios critérios de cidadania, portanto, é possível que uma pessoa tenha ancestrais indígenas, mas não se qualifique para a cidadania tribal.
Para obter mais recursos, como um Guia de Estilo do AP, dicas para reportagem ética sobre a Lei do Bem-Estar da Criança Indígena e mais, consulte o site da NAJA.
Cidadã da Nação Cherokee, Lenzy Krehbiel-Burton é repórter freelance de Tulsa, Oklahoma. Ela é membro da Associação de Jornalistas Indígenas Americanos, do Oklahoma Pro Chapter da Sociedade de Jornalistas Profissionais e da Associação de Jornalistas de Serviços de Saúde, nos EUA.
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