Em um movimento sem precedentes, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) emitiu dicas de segurança para cobrir a inauguração presidencial dos EUA no dia 20 de janeiro.
O CPJ geralmente se concentra na violência contra a imprensa em terras estrangeiras. Hoje, a mídia está sob ameaça em seu próprio quintal.
Desde o lançamento de sua campanha presidencial em junho de 2015, o CPJ tem sido uma voz principal contra as ameaças do presidente eleito Donald Trump aos direitos dos jornalistas.
Em outubro de 2016, a presidente do comitê, Sandra Mims Rowe, chamou a presidência de Trump de "uma ameaça à liberdade de imprensa desconhecida na história moderna". Um relatório especial, "Transition to Trump: Freedom of the United States" [Transição ao Governo Trump: A Liberdade dos Estados Unidos] está disponível no site.
Em novembro, o CPJ acrescentou uma nova posição à Equipe de Resposta a Emergências (ERT). Colin Pereira, ex-chefe de segurança da Independent Television News da Grã-Bretanha e membro da unidade de segurança da BBC, chegou a bordo como estrategista-chefe de segurança de jornalistas.
"Estamos muito animados com isso. Temos uma capacidade expandida e mais poder de pesquisa agora", disse a diretora da ERT, Maria Salazar-Ferro. "O CPJ continuará a aprofundar nossa cobertura sobre questões de liberdade de imprensa nos Estados Unidos.”
O CPJ foi o destinatário de uma arrecadação de mais de US$250.000, desde o apelo de Meryl Streep para apoiar o grupo durante seu discurso no prêmio Globo de Ouro no início do mês.
"Isso significa que nossa voz pode ser mais alta e mais poderosa do que antes", escreveu o diretor de desenvolvimento John Weis em uma nota no dia 10 de janeiro.
Por que o CPJ decidiu emitir o alerta?
"Estamos em comunicação com jornalistas e editores que estão preocupados que a mídia será alvo ou sofrer violência", disse Salazar-Ferro.
Ela observou que as estratégias de segurança também são relevantes para aqueles que cobrem protestos, como a Marcha das Mulheres em Washington, no dia 21 de janeiro.
Entre as dicas do CPJ para ajudar a manter os jornalistas seguros:
Sempre tente trabalhar com um colega e ter um procedimento regular de conferir com sua base, especialmente se estiver cobrindo comícios ou eventos de torcida.
Equipamento de gravação obviamente o identificam como um jornalista. Há momentos em que se identificar como um jornalista é importante para sinalizar aos outros, incluindo a polícia, que você está lá para observar. Em alguns casos, é uma boa ideia não usar logos, roupas ou emblemas relacionados a uma organização de mídia, ou poder ocultá-los, se necessário.
Mantenha as credenciais de imprensa fora de vista, a menos que seja necessário mostrá-las.
Em qualquer local, sempre planeje uma rota de evacuação.
Estratégias para lidar com a agressão:
Leia a linguagem corporal para identificar um agressor e use sua própria linguagem corporal para pacificar uma situação.
Mantenha contato visual com um agressor, use gestos abertos e mantenha a conversa de uma maneira calmante.
Se estiver trabalhando em uma multidão, mantenha-se fora da multidão e não fique sugado no meio onde é difícil escapar. Identifique uma rota de fuga.
Se a agressão aumentar, mantenha uma mão livre para proteger a cabeça e mova-se com passos curtos e deliberados para evitar cair. Se estiver em uma equipe, fique junto e entrelace os braços.
Tirar fotos de indivíduos agressivos pode agravar uma situação.
Se você for atacado, ameaçado ou de alguma forma intimidado ao cobrir esses eventos, entre em contato com o CPJ enviando um e-mail para report_violation@cpj.org. Para obter informações de segurança mais detalhadas, consulte o Guia de Segurança do Jornalista no site do CPJ.