Beenish Ahmed é uma jornalista internacional freelance. Ela já cobriu vários tópicos, de vudu no Haiti a educação no Paquistão, para organização de renome como a NPR, The New Yorker e The Atlantic.
Agora, Ahmed é uma empreendedora -- ou pelo menos é o que ela espera ser se seu projeto de mídia "The Alignist" receber os fundos necessários por meio de sua campanha de crowdfunding.
Embora pareça uma grande mudança de carreira, Ahmed percebeu que existem muitos paralelos entre empreendedorismo e jornalismo freelance.
"Para mim antes (de fazer este projeto), havia uma grande divisão (entre ser jornalista freelancer e empreendedor)", disse ela. "Mas foi muito encorajador perceber que a divisão pode não ser tão grande. Ainda haverá desafios... mas não é um terreno completamente novo."
A ideia de sua startup veio quando ela percebeu sua frustração com a superficialidade das reportagens de notícias internacionais. Ela disse que a cobertura às vezes vai de "manchete a manchete sem fornecer uma compreensão" sobre os aspectos culturais de um país ou a luta do dia-a-dia e as preocupações dos cidadãos.
Ela pensou que a ficção poderia ser uma maneira de preencher essa lacuna. Como jornalista freelance, ela lia um romance antes de ir para a área em que estava reportava.
"Comecei a pensar sobre o poder da literatura para informar e engajar de forma relacionada com a reportagem, mas também diferente", disse ela.
Ela imaginou "The Alignist" como uma assinatura para "conectar romances às notícias e experimentar novos mundos", disse ela. A cada dois meses, o assinante obteria um livro e produtos de um país, juntamente com informações sobre esse lugar, como um mapa e acesso a perguntas e respostas com o autor e especialistas sobre a questão abordada no romance.
Mas havia muitas questões difícies: ela tinha certeza de que poderia fazer isso? Realmente queria se tornar uma empreendedora?
Ela começou a conceituar o projeto e o que isso implicaria. Leu livros sobre negócios e ouviu podcasts em marketing porque, segundo ela, é um "componente enorme". Ela também interagiu com a Subscription School, uma comunidade online para pessoas que trabalham com modelos de negócios baseados em assinatura, que era como ela imaginava sua estratégia.
Mas pensar em si mesma como empreendedora foi seu maior desafio, apesar de, como jornalista freelance, achar que sabia gerenciar uma marca, faturas e finanças, disse ela.
"Levou algum tempo para conectar esses pontos e sentir que eu estava equipada para fazer isso de alguma forma", ela reconheceu.
Planejar seu negócio demorou mais tempo do que o esperado devido a decisões sobre gráficos, logotipo e preços. Ela também gastou tempo ouvindo conselhos e recebendo contribuições da comunidade online, bem como amigos e familiares sobre tudo, desde custos de envio até caixas.
Ela queria ter apenas uma oferta de assinatura, mas quando uma amiga lhe disse que pensava que não poderia pagar pelo produto, Ahmed começou a pensar sobre a acessibilidade de seu projeto. Ela adaptou sua estratégia de preços para adicionar outra oferta de assinatura mais barata.
Outra coisa importante que a manteve em pé foi o podcast "How I Built This". Foi uma motivação para quando ela estava "se sentindo fraca" em relação ao seu novo trabalho.
"Isso me ajudou (porque) faz grandes perguntas", explicou. "O que é preciso para ser um empreendedor? Quais são as habilidades específicas que você precisa e quais são as habilidades que você aprende ao longo do caminho? E isso realmente foi benéfico para mim."
Sua campanha do Kickstarter tem menos de um mês até terminar, mas Ahmed está positiva sobre a experiência.
"Eu posso não alcançar meus objetivos e tudo bem porque o que eu estou aprendendo é que um negócio é uma coisa linda", disse ela. "E se eu atingir meus objetivos, isso significa que há um mercado para isso e as pessoas estão entusiasmadas com isso."
Imagens courtesy of Beenish Ahmed