Assistir a vídeos online significava ficar olhando passivamente para uma tela, mas agora que engajar o público é o objetivo, o vídeo interativo está ganhando popularidade.
O Wall Street Journal abraçou a tendência com este vídeo interativo de quatro minutos sobre a forma como os cuidados de saúde nos Estados Unidos vai mudar quando a reforma de súde entrar em vigor.
Usando um headcam, o repórter gravou vídeos a partir do ponto de vista da primeira pessoa. O espectador pode ver através dos olhos de personagens diferentes --um garçom de restaurante, um mensageiro de bicicleta e um trabalhador de escritório-- revelando a forma como a lei vai afetar pessoas diferentes.
Os produtores do vídeo interlaçaram itens de gráficos, como o número de americanos sem seguro dividido por raça, região ou idade e links para vídeos separados com o editor de política de saúde, dirigindo o leitor a acompanhar os temas que mais importam para eles.
Ao empregar uma abordagem narrativa multifacetada, os produtores de vídeo fornecem fatos, envolvendo vídeo e recursos adicionais em um único pacote, estendendo o alcance de um vídeo típico.
"Particularmente em vídeos de notícias, normalmente condensamos questões extremamente complexas em períodos muito curtos de tempo," Neal Mann, editor de inovações multimídia no Wall Street Journal, disse "O que a interatividade nos permite fazer é realmente expandir isso e permitir que o leitor a se expanda em áreas onde podem precisar de algum detalhe extra de pano de fundo."
A BBC criou um vídeo interativo sobre o vazamento de petróleo na região da costa do Golfo americano. O vídeo de três minutos segue a história de um morador local afetado pelo vazamento, com pontos de destaque clicáveis que mostram imagens do incidente, mapas que mostram a propagação do petróleo, gráficos sobre o efeito nos frutos do mar e muito mais.
Os usuários se acostumaram a interagir com a tela digital, navegar na Web com o toque de dedo nos tablets e dispositivos móveis. E porque a experiência e controle do usuário mudou, a forma como os jornalistas desenvolvem o vídeo para a Web precisa mudar também.
"Precisamos redesenhar e repensar a nossa forma de produzir o vídeo para a era móvel e Internet", disse Mann. "Os métodos tradicionais que usamos no passado foram projetados para serem transmitidos nas casas das pessoas e agora as pessoas estão engajando com a gente em diferentes plataformas, em movimento."
A editora de jornalismo visual da BBC, Amanda Farnsworth, explica neste podcast que diferentes mídias requerem diferentes estilos de vídeo. Enquanto alguns jornalistas "juntam pedaços de vídeo que funciona, em [TV] e os coloca na Web", o vídeo online é muitas vezes mais adequado para vídeos de primeira pessoa, curtos ou mais informais, disse Farnsworth.
"O [vídeo da Web] pode, obviamente, usar o poder de interatividade com o usuário", disse ela. Em contraste, "a televisão sempre continuará a ser um tipo de experiência linear."
Margaret Looney, assistente editorial da IJNet, escreve sobre as últimas tendências de mídia, ferramentas de reportagem e recursos de jornalismo.
Imagem dos hotspots no vídeo do WSJ