A jornalista visual Mariana Santos sabe o que é preciso para ter sucesso como líder de uma redação na vanguarda da tecnologia e ela quer ajudar outras mulheres a fazer o mesmo.
É por isso que Santos, que trabalhou na equipe interativa do jornal The Guardian, criou a rede "Chicas Poderosas" no início deste ano para treinar, envolver e inspirar mulheres jornalistas, designers, programadoras e artistas latino-americanas. Desde maio, o projeto --que faz parte de sua bolsa do ICFJ Knight Fellowship-- já chegou no Chile, Colômbia e Costa Rica, com oficinas e oportunidades de aprendizado e networking para homens e mulheres.
Durante um chat na IJNet no dia 16 de dezembro, Santos falou sobre os aspectos essenciais de montar um evento da Chicas Poderosas e como levar um para uma cidade perto de você. Aqui estão trechos de comentários de Santos, durante o bate-papo:
Como fazer um evento?
Mariana Santos: A Chicas Poderosas funciona assim: Nós vemos uma necessidade e um grupo de pessoas, geralmente mulheres, que querem aprender mais e são capazes de ajudar a organizar um evento. Em geral, tudo o que é necessário é dinheiro para trazer as pessoas [a um evento], todo o resto é amor e boa vontade.
O que nós precisamos é de um patrocinador para por o evento em pé! Uma rede de pessoas locais conhece melhor a quem pedir ajuda, como [sobre] o local do evento, dinheiro para despesas de viagem, alimentação e hospedagem. Normalmente, temos o apoio de jornais e universidades que formam os profissionais e estudantes que querem saber mais sobre jornalismo de dados e narrativa visual.
A Chicas Poderosas já tem grupos no Chile, Costa Rica e Colômbia. Para criar um grupo, as pessoas devem falar para mim que querem um evento na sua cidade, e podemos ver se é possível. Eu acho os doadores, jornalistas, designers e desenvolvedores para participar, vejo o enfoque que o grupo está procurando e trago as pessoas mais adequadas [em cada área].
As pessoas interessadas podem escrever para mim e juntos podemos tentar fazer um grupo da Chicas Poderosas na sua cidade. Se não conseguimos, podemos tentar [montar um evento] numa cidade próxima. As pessoas que trabalham podem buscar o apoio financeiro [para participar] de sua [organização de notícias], mas o que vão trazer quando retornam é muito mais valioso do que um bilhete de avião.
Qual deve ser o tamanho de um grupo?
MS: Os eventos têm normalmente entre 80 e 500 pessoas. Mas se a Chicas vai trazer especialistas, é melhor ter um grupo maior para que mais pessoas possam desfrutar do investimento e tempo com os especialistas, como do New York Times, The Guardian, NPR, etc.
O que está por vir em 2014?
MS: O próximo evento será em janeiro, em Santiago, Chile, com a ajuda de Miguel Paz da Poderopedia e Chris Cross do jornal The Guardian. Em fevereiro, iremos à Cidade do México, em seguida, a Portugal, Argentina, Peru e novamente para a Colômbia.
Qual é o seu conselho para mulheres jornalistas, designers, etc que querem ocupar cargos de tecnologia?
M.S.: Não tenha medo! E se você tem, não preste atenção ao seu medo.
Para ler o bate-papo na íntegra (em espanhol), visite http://ijnet.org/es/chats.
Foto cortesia de Anthony Albright no Flickr sob licença Creative Commons